Arte e Cultura

LUTO NA MÚSICA

Morre Jimmy Cliff, lenda do Reggae, aos 81 Anos

Ícone musical que popularizou o gênero no mundo e tinha forte ligação com o Brasil deixa legado de clássicos atemporais

Da Redação

Segunda - 24/11/2025 às 09:43



Foto: Instagram do artista Jimmy Cliff tinha muita conexão com o Brasil
Jimmy Cliff tinha muita conexão com o Brasil

O mundo se despede de uma lenda. Morreu nesta terça-feira, aos 81 anos, o cantor e compositor jamaicano Jimmy Cliff, um dos pilares fundamentais do reggae e do ska. A informação foi confirmada pela família através de um post no perfil oficial do artista no Instagram. Segundo a publicação, assinada por sua esposa, Latifa, Cliff faleceu após sofrer uma convulsão seguida de um quadro de pneumonia.

“É com profunda tristeza que compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, partiu após uma convulsão seguida de pneumonia”, escreveu ela. “Aos fãs ao redor do mundo, saibam que o apoio de vocês foi sua força durante toda a carreira. Ele valorizava profundamente o amor de cada um.”

Nascido em Saint James, na Jamaica, Cliff começou sua jornada musical ainda criança, cantando em feiras e eventos locais. Aos 14 anos, mudou-se para a capital Kingston para se dedicar profissionalmente à música. Seu talento logo brilhou, e ele assinou com a lendária gravadora Island Records em 1964, mesma casa de outros gigantes do reggae como Bob Marley.

Jimmy Cliff foi essencial para levar o som da Jamaica para o mundo. Seu estilo era marcado por melodias contagiantes, letras que mesclavam resistência, esperança e reflexão social, e uma energia vibrante que conquistou plateias globais. Canções como “You Can Get It If You Really Want”, “Many Rivers to Cross” e a icônica “The Harder They Come” – que deu nome ao filme cult que o consagrou – tornaram-se hinos atemporais.

Conexão com o Brasil

Jimmy Cliff nutria uma relação profunda e afetiva com o Brasil. Sua primeira visita foi em 1968, para o Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro. Foi em terras brasileiras, inclusive, que ele compôs “Wonderful World, Beautiful People”, uma das primeiras músicas de reggae a fazer sucesso internacionalmente. Em 1969, gravou o álbum “Jimmy Cliff in Brazil”, um testemunho de seu carinho pelo país.

O artista era uma figura frequente no Brasil nas décadas de 1980 e 1990, criando uma ligação quase folclórica com o público. Em 1984, gravou nas praias cariocas o clipe de “We All Are One”. Sua vida pessoal também se entrelaçou com o país: sua filha, Nabiyah Be, é fruto de seu relacionamento com a psicóloga baiana Sônia Gomes da Silva. Nabiyah seguiu carreira artística e estrelou o blockbuster “Pantera Negra”, da Marvel, um orgulho que Cliff sempre manifestava.

Em 1999, essa troca cultural foi celebrada no disco "Acústico MTV" dos Titãs, onde Cliff participou de uma versão em português de seu sucesso, "The Harder They Come", regravada como "Querem Meu Sangue".

Seu último single, “Human Touch”, lançado há poucos anos, marcou um retorno às raízes do reggae dos anos 1960, mostrando que o artista seguia criante e relevante. A partida de Jimmy Cliff deixa um vazio na música mundial, mas seu legado de alegria, luta e melodia permanecerá vivo através de suas obras-primas.

Fonte: O Globo

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: