
Em entrevista ao podcast Simbora, do professor Wellington Soares, no portal Piauí Hoje.Com, a escritora e poetiza Marleide Lins compartilhou suas experiências no mundo literário, destacando projetos interculturais, participações em feiras internacionais e a importância da literatura afro-brasileira e indígena.
Marleide falou sobre a antologia poética Brasil-Moçambique, lançada em 2023 durante a Feira Internacional do Livro de Havana, Cuba. A obra reúne nomes consagrados como Conceição Evaristo, Carlos Assunção, Craveirinha (Moçambique), Paulina Chiziane e Mia Couto, entre outros.
"Eles nos conhecem mais do que nós os conhecemos", destacou a escritora, referindo-se ao intercâmbio literário entre Brasil e países africanos. Ela contou que, durante o evento em Cuba, estudantes de Língua Portuguesa surpreenderam ao citar Conceição Evaristo como uma das autoras brasileiras mais conhecidas no exterior.
Literatura como ferramenta de resistência
Outro projeto mencionado foi o livro "Crochê e Via Diversa", que reúne escritores brasileiros, portugueses, africanos e italianos em torno da temática dos exílios e migrações. A obra foi trabalhada em casas de acolhimento para refugiados, reforçando o papel da literatura como espaço de diálogo e resistência.
Cultura Africana e representatividade
Marileide também destacou o livro "Rainha do Campo", uma narrativa ilustrada que retrata a cultura das aldeias africanas, com elementos simbólicos como o Baobá, árvore sagrada no imaginário africano. A obra, escrita e ilustrada por um autor moçambicano, busca preservar e divulgar tradições culturais.
Literatura indígena e visibilidade
A escritora comentou ainda sobre o crescimento da literatura indígena, citando o livro "Narrativas Indígenas", uma colaboração entre acadêmicos e lideranças indígenas do Piauí e Maranhão."Antes, essa produção não tinha visibilidade. Agora, políticas públicas e movimentos organizados estão mudando isso", afirmou.
Marleide ressaltou a importância de incluir essas narrativas nas escolas, citando a existência de escolas indígenas no Piauí como um avanço. "Precisamos fortalecer essas vozes na educação", defendeu.
Marleide Lins com Wellington Soares no estúdio do portal Piauí Hoje Entrevista
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