Foto: Arquivo do Piauí Hoje
O tapete de aguapés mostra o alto nível de poluição do rio Poti
Em Teresina, o rio Poti virou um grande tapete verde de aguapés. As plantas cobriram todo o leito do rio no trecho que vai da Floresta Fóssil, entre os bairros Ilhotas e São João, até o encontro com o Parnaíba, no bairro Poti Velho.
O surgimento e o rápido crescimento dos aguapés revela o alto nível de poluição que atinge o Poti na área urbana de Teresina e que transforma o que seria um belo cartão postal de beleza natural em um grande esgoto de forte cheiro fétido.
De acordo com os biólogos, os aguapés surgem devido ao acúmulo de componentes orgânicos específicos que servem como nutrientes para essas plantas aquáticas.
"Esses componentes são encontrados em locais com altos níveis de poluição. A longa estiagem deixa o nível das águas do mais baixo e com correnteza fraca. Isso cria os condições favoráveis perfeitas para a proliferação dessas plantas", explica a bióloga Maria de Fátima Borges Machado.
O poder público municipal é o granda responsável por esse alto nível de poluição do rio Poti em Teresina. Primeiro, porque a fiscalização permitiu a construções de prédios que jogam seus esgotos e desejos direto no rio. Segundo, porque não buscar efetivamente corrigir o erro de forma definitivas.
A Prefeitura de Teresina sempre foi negligente com os rios, nunca teve um projeto e nem política efetiva de preservação e defesa do Parnaíba e do Poti. Sempre adotou medidas paliativas. Por isso eles viraram dois grandes esgotos da e para a cidade.
A atual gestão municipal é tão negligente com a cidade que só em setembro, depois do ressurgimento dos aguapés no Poti a prefeitura começou uma operação a remoção das plantas, cujo aparecimento é previsível, pois ocorre todos anos no período mais seco.
A negligência da Prefeitura em relação ao rio é tão visível que foi necessária a intervenção do Ministério Público do Estado - MPPI, para obrigar a gestão municipal remover o tapete de aguapés que cobre todo o leito do Poti em Teresina.
Na quarta-feira passada (25.10), o MPPI emitiu uma recomendação administrativa ao prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (Republicanos), e ao Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, James Guerra Júnior, para que promovam a retirada dos aguapés do rio Poti.
O documento partiu da 24ª Promotoria de Justiça de Teresina, com o auxílio do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente(CAOMA). O MPPI deu prazo de 10 dias para o município atender a solicitação.
A recomendação diz que, além da retirada dos aguapés, a PMT terá de promover a identificação e destinação ambientalmente adequada dos aguapés
Em Teresina, os aguapés são retirados do rio de forma manual. O serviço é realizado em barcos motorizados e com o auxílio de cabos de nylon e varas de bambu.
Controlar o excesso de aguapés é fundamental para a preservação do ecossistema aquático e a qualidade da água na região. As plantas cobrem o leito do rio, impedem a penetração da luz e prejudicam a oxigenação da água e a vida dos peixes.
A retirada dos aguapés melhorar a saúde do rio, previne impactos negativos na biodiversidade, no equilíbrio ecológico e na qualidade de vida das pessoas e dos bichos que dependem desse recurso vital para sobrevivência.
Matérias relacionadas
https://piauihoje.com/blogs/verbo/poluicao-faz-surgir-aguapes-no-rio-poti-operacao-arrasta-plantas-para-parnaiba-418105.html
https://piauihoje.com/noticias/cidade/mp-quer-que-prefeitura-de-teresina-retire-aguapes-do-rio-poti-em-10-dias-418570.html
Siga nas redes sociais
