Brasil

Piauiense é resgatada de casa de família onde trabalhou por 30 anos sem receber salário

A mulher prestava serviços domésticos em troca de moradia e comida

Da Redação

Domingo - 20/06/2021 às 19:04



Foto: Divulgação Piauiense trabalhava em troca de alimentação e moradia
Piauiense trabalhava em troca de alimentação e moradia

Uma mulher de 42 anos que não teve o nome revelado, foi resgatada de uma casa de família onde vivia há 30 anos trabalhando em condições análogas à escravidão em Anápolis, em Goiás. A mulher foi trazida do Maranhão na década de 1990 e nunca recebeu um salário ou convívio social com a família e trabalhava em troca de comida e moradia.

De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRT-GO), o caso foi descoberto após uma denúncia anônima. A doméstica foi trazida clandestinamente da cidade maranhense de Riachão para Goiás quando tinha apenas 12 anos de idade. Conforme o SRT, sua mãe biológica havia a entregado para adoção ainda na maternidade, no Piauí, e faleceu pouco tempo depois.

 A menina então foi levada para o Maranhão pela mãe adotiva, que também faleceu. A partir daí, a menina passou a sofrer maus-tratos e exploração tanto do pai adotivo quanto dos irmãos.

Em agosto de 1990, um dos integrantes da família entregou a menina a conhecidos para que a trouxessem a Goiás. Ela foi morar na casa de um casal já idoso, que vivia com os filhos adultos e uma estudante que não era membro da família. Desde então, a mulher dedicou sua vida a trabalhar limpando, cozinhando e fazendo toda sorte de afazeres domésticos sem receber nenhum salário.

Quando foi encontrada, além de ainda cuidar da casa dos donos, que hoje têm 82 e 80 anos, a doméstica também cuidava de seus netos. De acordo com a SRT, a mulher nunca foi a escola, não tem amigos e nunca namorou.

Envolvidos alegaram que mulher era "como se fosse parte da família"

Questionados pelos integrantes da ação que resgatou a mulher, os proprietários da casa justificaram dizendo que a tratavam como se ela "fizesse parte da família". Porém, não negaram a prestação de serviços, o que ficou configurado que ela era, sim, empregada doméstica.

Os empregadores foram notificados a não mais exigir a realização de trabalho por parte da vítima, registrá-la retroativamente como empregada doméstica e rescindir seu contrato de trabalho, quitando as verbas rescisórias. No entanto, se negaram a pretexto de que ela não era trabalhadora doméstica. 

O caso será levado à Justiça do Trabalho e as verbas rescisórias que devem ser pagas somam pouco mais de 1 milhão de reais.

Fonte: Mais Goiás

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