No Dia Nacional do Pantanal, nesta terça-feira (12), não há motivos para comemorar, especialmente devido aos incêndios que atingiram o bioma em 2024.
Uma pesquisa do MapBiomas, divulgada hoje, mostra que a área alagada do Pantanal tem diminuído nas últimas décadas. Isso acontece porque os períodos de cheia estão mais curtos e os de seca mais longos, o que favorece incêndios mais intensos.
O estudo revela que, em 2023, o volume de água no Pantanal foi 61% menor do que a média histórica. As áreas alagadas por mais de três meses também estão diminuindo, aumentando a área de savanas.
Esse padrão de cheias e secas tem impacto direto nas queimadas. Entre 2019 e 2023, foram queimados 5,8 milhões de hectares. O aumento de focos de incêndio também foi registrado este ano, com um crescimento de mais de 1.000% em relação a 2023.
Além disso, o aumento de pastagens exóticas mostra o avanço do desmatamento para pastagem e agricultura, alterando a dinâmica da água.
O uso antrópico na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai (BAP), onde o uso da terra para pastagem e agricultura aumentou de 22% em 1985 para 42% em 2023, é outro fator que agrava a situação.
Na planície pantaneira, a perda de vegetação natural foi de 1,8 milhão de hectares entre 1985 e 2023, e as pastagens exóticas aumentaram de 700 mil hectares para 2,4 milhões de hectares. Mais da metade desse aumento ocorreu nos últimos 23 anos.
O cenário do Pantanal é grave, e ações urgentes são necessárias para preservar esse bioma único.
Fonte: Agência Brasil