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NOBEL DE ECONOMIA

Nobel de Economia 2024: acadêmicos norte-americanos analisam desigualdade global

Simon Johnson, James Robinson e Daron Acemoglu recebem o prêmio por pesquisas sobre instituições

Da Redação

Segunda - 14/10/2024 às 09:29



Foto: REUTERS/ Tom Little Vista da entrada do Museu do Prêmio Nobel, em Estocolmo, Suécia
Vista da entrada do Museu do Prêmio Nobel, em Estocolmo, Suécia

Três acadêmicos norte-americanos conquistaram o prêmio Nobel de Economia de 2024 nesta segunda-feira (14), reconhecidos por suas investigações sobre a persistência da desigualdade global, especialmente em nações afetadas pela corrupção e por regimes autoritários.

Os laureados, Simon Johnson e James Robinson, ambos britânico-americanos, e o turco-americano Daron Acemoglu, foram destacados por seus estudos que exploram "como as instituições são formadas e influenciam a prosperidade", conforme anunciou a Academia Real de Ciências da Suécia. "Reduzir as disparidades de renda entre países é um dos maiores desafios contemporâneos. Os vencedores evidenciaram a relevância das instituições sociais para alcançar essa meta", afirmou Jakob Svensson, presidente do comitê do prêmio.

Ele acrescentou que "eles identificaram as origens históricas dos ambientes institucionais frágeis que caracterizam muitos países de baixa renda atualmente" durante uma coletiva de imprensa. O prêmio foi anunciado um dia após um relatório do Banco Mundial revelar que os 26 países mais pobres, que concentram 40% da população mais vulnerável, estão enfrentando o maior nível de endividamento desde 2006, evidenciando um retrocesso significativo na luta contra a pobreza.

O prestigiado prêmio, formalmente intitulado Prêmio Sveriges Riksbank em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, é a última premiação do ano e possui um valor de 11 milhões de coroas suecas (1,1 milhão de dólares). Na coletiva, Acemoglu mencionou que dados coletados por grupos pró-democracia indicam um enfraquecimento das instituições públicas e do Estado de Direito em diversas partes do mundo. "Estamos vivendo um momento desafiador para as democracias. É fundamental que elas se restabeleçam em termos de melhor governança e promessas democráticas para um número amplo de cidadãos", ressaltou Acemoglu.

Enquanto Acemoglu e Johnson atuam no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Robinson leciona na Universidade de Chicago. Recentemente, Acemoglu e Johnson colaboraram em um livro que analisa o impacto da tecnologia ao longo da história, demonstrando como alguns avanços tecnológicos favoreceram a criação de empregos e a distribuição de riqueza em maior medida que outros.

O prêmio de Economia, que não foi parte dos prêmios originais de ciência, literatura e paz criados no testamento de Alfred Nobel e concedidos pela primeira vez em 1901, foi introduzido mais tarde, em 1968, com financiamento do banco central da Suécia. Entre os laureados anteriores, destacam-se pensadores renomados como Milton Friedman, John Nash, retratado por Russell Crowe no filme "Uma Mente Brilhante", e, mais recentemente, Ben Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve dos EUA.

O foco em pesquisas sobre desigualdade tem sido recorrente em prêmios recentes. No ano passado, a historiadora econômica de Harvard, Claudia Goldin, foi premiada por seu trabalho sobre as causas da desigualdade salarial entre homens e mulheres. Em 2019, os economistas Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer receberam o prêmio por suas contribuições na luta contra a pobreza.

Desde sua criação, o prêmio de Economia tem sido amplamente dominado por acadêmicos dos EUA, que também representam uma parte significativa dos vencedores em outras áreas científicas, conforme evidenciado pelos anúncios de prêmios da semana passada.

A sequência de premiações começou com os cientistas norte-americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun, que ganharam o prêmio de Medicina, e culminou com a organização japonesa Nihon Hidankyo, de sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, premiada pela Paz.

Fonte: Brasil 247

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