Morreu nesta quinta-feira (24), em Brasília, o cineasta e documentarista Vladimir Carvalho, aos 89 anos. Ele estava internado em um hospital no Distrito Federal com complicações renais. O cineasta era filósofo formado pela Universidade Federal da Bahia, onde conheceu o cineasta Glauber Rocha e se interresou pelo movimento de redemocratização do cinema, Cinema Novo.
Em 1971, o longa metragem “O País de São Saruê” foi censurado do Festival de Cinema de Brasília, o que causou uma repercussão no País, comandado à época pelos militares. Em sinal de protesto, a mesa diretora do festival, responsável pelo julgamento, se demitiu. Vladimir é autor de outros curtas e documentários, como “O Homem de Areia”; “O Evangelho Segundo Teotônio”. “Teotônio”; “O Engenho de Zé Lins”, sobre o escritor paraibano José Lins do Rego; “Conterrâneos Velhos de Guerra”, que conta a história da construção de Brasília.
Em nota, a Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, onde Vladimir foi docente por mais de duas décadas, afirmou que ele “é admirado por sua generosidade, conhecimento e dedicação ao ensino.” Essas virtudes são unanimidades entre cineastas, ex-alunos e amigos que compartilharam seus sentimentos. “Ele tinha um séquito de alunos. Até gente que não teve aula com ele o admirava. Era uma admiração por osmose, passada por outras pessoas”, lembra Bruno de Castro que trabalhou na UnB com intermédio de Vladimir.
“Um dia eu comentei com ele que queria tentar trabalhar um pouco em uma universidade. O Vladimir, na hora, foi atrás das pessoas para abrir caminho.” Bruno de Castro trabalhou na UnB por cerca de oito anos por intermédio de Vladimir. “Foi fantástico, fizemos a UnB-TV. Ele deu muita força”, recorda-se. “Vladimir não poupava esforço para ajudar a fazer coisas interessantes.”
O cineasta Vladimir Carvalho será velado nesta sexta-feira (25) no Cine Brasília, das 9h30 às 13h30. O enterro será no Cemitério Campo da Esperança, às 14h30, na área destinada ao sepultamento dos pioneiros da capital federal.
Fonte: Agência Brasil