
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta quinta-feira (13), da conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, Suíça, cujo tema central é a justiça social. Antes de embarcar, Lula afirmou que representará os trabalhadores e reiterará a posição brasileira contra a desigualdade e a exclusão social.
"Um discurso de que não abro mão é o de falar contra a desigualdade, a desigualdade no mundo do trabalho, a desigualdade de raça, de educação, de gênero", disse ele, citando a lei da igualdade salarial entre homens e mulheres aprovada no Congresso brasileiro. Lula criticou empresários que questionaram a lei na Justiça, afirmando que a mulher deve receber o mesmo salário que o homem para a mesma função.
Em abril, a Justiça Federal liberou alguns segmentos, como farmácias e universidades, de divulgarem informações de transparência salarial e critérios remuneratórios previstos na Lei da Igualdade Salarial. O governo recorre da decisão e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que empresas que omitem dados sobre igualdade salarial terão "olhar especializado" da fiscalização da pasta.
A conferência em Genebra começou no dia 3 de junho e reúne 187 Estados-membros da OIT. A delegação brasileira inclui integrantes do Executivo, Legislativo, Judiciário, além da sociedade civil, sindicatos de trabalhadores e empresas. O ministro Luiz Marinho se juntou ao grupo na segunda-feira (10).
Segundo Lula, o governo brasileiro apresentará a parceria com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para promover o trabalho decente no mundo. A iniciativa, formalizada em setembro do ano passado, é inédita e visa combater a precarização do trabalho, com os sindicatos como base de apoio.
Grupo dos 7
Após a conferência em Genebra, Lula viaja para a Itália onde participará da Cúpula do G7, reunião de líderes de sete das maiores economias do mundo, de 13 a 15 de junho em Borgo Egnazia, na região da Puglia. Além das reuniões de trabalho, a agenda do presidente prevê encontros bilaterais com autoridades.
O G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Até 2014, a Rússia integrava o grupo, então conhecido como G8, mas foi expulsa após a anexação da Crimeia. Em termos econômicos, o G7 já não abrange as sete maiores economias do mundo, com China e Índia ocupando a segunda e quinta posições, respectivamente, segundo o Fundo Monetário Internacional.
As cúpulas do G7 geralmente contam com países convidados, e espera-se que Lula aborde temas como trabalho decente, combate à fome e taxação dos super-ricos. Esta é a oitava vez que Lula participa da Cúpula do G7, tendo comparecido nas seis primeiras entre 2003 e 2009. Sua sétima participação foi no ano passado, na cúpula em Hiroshima, Japão.
Fonte: Agência Brasil