Brasil

QUEIMADAS

Fumaça tóxica de incêndios na Amazônia se espalha por vários estados brasileiros

Fenômenos atmosféricos da Amazônia estão provocando a dispersão de poluentes

Da Redação

Quarta - 21/08/2024 às 12:36



Foto: Reprodução Gases poluentes fizeram com que cidades ficassem tomadas pela fumaça
Gases poluentes fizeram com que cidades ficassem tomadas pela fumaça

Um vasto corredor de fumaça gerado pelos incêndios na Amazônia está se espalhando pelo céu de diversos municípios brasileiros e países vizinhos. Imagens de satélite da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) mostram a densa nuvem de poluição estendendo-se de Manaus, no Amazonas, até Porto Alegre. A fumaça, que avança a uma velocidade superior a 1,6 milhão de quilômetros por hora, tem comprometido a qualidade do ar em várias regiões.

Durante o primeiro semestre de 2024, o Brasil registrou um recorde de queimadas na Amazônia, com 14.250 focos de incêndio, segundo o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Além de reduzir a visibilidade, a fumaça afeta diretamente a qualidade do ar. Em Porto Alegre, a visibilidade diminuiu significativamente no dia 15, e Porto Velho, em Rondônia, tem registrado os piores índices de poluição do ar desde o início de agosto.

O mapa da NOAA destaca a concentração de partículas de poeira e fumaça, que se deslocam da Amazônia até o Rio Grande do Sul. O fenômeno também afeta países como Peru, Bolívia e Paraguai. Embora não seja inédito, com eventos semelhantes ocorrendo em anos passados, como as queimadas no Pantanal em 2020, a atual situação é alarmante.

A Fiocruz Amazônia emitiu um alerta sobre os impactos da fumaça na saúde, recomendando o uso de máscaras com filtro em Manaus. O epidemiologista Jesem Orellana alertou que a exposição à fumaça pode agravar condições respiratórias e cardiovasculares, como rinite e asma, e pode levar a doenças mais graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).


A meteorologista Estael Sias, da MetSul, descreveu o fenômeno como “rios voadores”, atribuindo a dispersão da fumaça à falta de chuva e aos ventos. Embora a situação em Porto Alegre seja menos crítica do que em Manaus e Porto Velho, a cidade ainda enfrenta dias de céu cinzento.


A Superlua do dia 19 foi impactada pela fumaça, exibindo tons alaranjados devido à obstrução da luz solar. A previsão é de que uma massa de ar polar, que deve chegar ao sul do Brasil a partir de quinta-feira (22), traga temporais e ajude a "limpar a atmosfera". No Amazonas, a situação é particularmente grave, com hospitais sobrecarregados devido a problemas respiratórios relacionados à fumaça. Moradores de Manaus relatam um aumento de problemas de saúde em crianças e adultos, com sintomas como tosse, dificuldade para respirar e irritação nos olhos associados à poluição do ar.

Fonte: Diário Centro do Mundo

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