
Após morte do aluno bolsista por bullying na escola, o colégio Bandeirantes, da zona sul de São Paulo, quer rever parceria com a Ismart, ONG para bolsistas que faz ponte entre adolescentes de baixa renda para um ensino de qualidade. A decisão será revertida depois que um estudante bolsista de 14 anos morrer por ter sido vítima de bullying. Ex-bolsistas do Colégio e membros da Alumni Ismart emitiram uma nota de repúdio pelas declarações de Mauro Salles Aguiar, ex-diretor e atual assessor da escola, sobre as declarações feitas em 14 de agosto, dois dias depois da morte do aluno bolsista.
Aguiar, na declaração, comentou sobre o nível de agressividade realmente grande e espantoso” dos bolsistas. Ele se referia à resposta dos alunos beneficiados pelo projeto, que cobraram pronunciamento da escola sobre o ocorrido e exigiram auxílio psicológico. Ele disse que “a escola não é uma clínica psicológica” e que os alunos não são responsáveis pelo cuidado emocional dos alunos. A assessoria de imprensa do Colégio Bandeirantes informou ao UOL, em reportagem publicada na terça-feira (27), que Mauro Salles Aguiar “não faz parte da estrutura de gestão do colégio desde 2023”.
A carta de repúdio, obtida pelo UOL nesta quarta-feira (28), é assinada por bolsistas universitários, ex-bolsistas graduados e integrantes da rede Alumni Ismart. O manifesto destaca os desafios enfrentados pelos bolsistas, incluindo o racismo e a desigualdade social, e critica a escola por perpetuar o racismo estrutural ao desconsiderar as dinâmicas raciais e sociais em um momento de luto. Os ex-alunos também denunciam a ausência de suporte emocional adequado no ambiente escolar, citando fatores como racismo, LGBTfobia, disparidade de gênero e um ambiente excludente que impactam negativamente a saúde mental dos estudantes.
Fonte: Brasil 247