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ASSASSINATO

Ex-delegado da Polícia Civil de SP é assassinado; PCC é apontado como responsável

Ruy Ferraz Fontes era conhecido por sua atuação firme contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que o considerava seu principal inimigo

Da Redação

Terça - 16/09/2025 às 12:27



Foto: Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Ruy Ferraz Fontes

Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, de 64 anos, foi morto a tiros na noite de segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista. Segundo informações do Metrópoles, Fontes era conhecido por sua atuação firme contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que o considerava seu principal inimigo.

Fontes iniciou sua carreira policial no interior de São Paulo e passou por unidades estratégicas da Polícia Civil, incluindo o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), o Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Foi nessas unidades que conduziu os primeiros inquéritos contra o PCC, ainda no início dos anos 2000, quando a facção era pouco conhecida e negada oficialmente pelas autoridades estaduais.

Sua atuação se destacou especialmente em 2006, durante uma série de ataques coordenados pelo PCC contra bases policiais, órgãos públicos e estabelecimentos comerciais em São Paulo. O combate ao crime organizado rendeu reconhecimento à carreira de Fontes, mas também aumentou o risco à sua vida. Em 2019, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, então líder do PCC, teria jurado sua morte após a transferência de Fontes para o sistema penitenciário federal. Desde então, o ex-delegado vivia sob constante ameaça.

Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, diretora da Academia dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), lamentou a execução. “Um dos melhores Delegados-Gerais que conheci, Ruy foi executado covardemente hoje por criminosos, após uma trajetória marcada pelo combate firme e incessante ao PCC, impondo enormes prejuízos ao crime organizado”, afirmou.

De acordo com o secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves, não há dúvidas sobre a motivação: “Isso aí certamente foi vingança do PCC. Ele lutou muito contra a facção”, declarou em entrevista ao Metrópoles.

Após o assassinato, o atual delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, e outras autoridades se deslocaram para a Baixada Santista. A Polícia Militar reforçou a região com pelo menos 100 homens de batalhões especializados.

O crime

Imagens de câmeras de segurança registraram o ataque: Fontes colidiu seu veículo com um ônibus, capotou e foi atingido por disparos de criminosos que desceram de uma Toyota Hilux SW4 preta. O carro utilizado pelos suspeitos foi incendiado horas depois. Duas pessoas que estavam próximas ficaram feridas, mas, segundo a Prefeitura de Praia Grande, um homem e uma mulher receberam atendimento do Samu e estão fora de risco.


História na polícia

Com mais de 40 anos de experiência, Ruy Ferraz Fontes era especialista em facções criminosas e ocupou cargos de direção na Polícia Civil, incluindo o comando da Delegacia-Geral de Polícia e do Decap. Também atuou como professor de Criminologia e Investigação Policial. Desde janeiro de 2023, exercia funções na Secretaria de Administração de Praia Grande.

Sua formação incluía cursos internacionais, como treinamentos de combate a drogas e terrorismo na França, além de capacitações no Canadá. Ao longo da carreira, sobreviveu a diversas tentativas de assalto, reagindo e neutralizando criminosos em algumas delas.

Fonte: Metrópoles

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