
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (8) pela Quaest revela que a maioria da população brasileira se opõe à redução das penas e à anistia dos envolvidos, condenados e presos pela tentativa de golpe de Estado que culminou com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Os dados, publicados em primeira mão pelo g1, indicam uma resistência da opinião pública a qualquer flexibilização das punições aplicadas pela Justiça.
De acordo com o levantamento, quando questionados sobre um projeto que propõe apenas a redução das penas, 52% dos entrevistados declararam ser contra, por acreditarem que as condenações foram justas e proporcionais aos crimes cometidos. Outros 37% se disseram a favor da redução, argumentando que as punições foram "muito duras", e 11% não souberam ou não quiseram responder.
O tema da anistia, que extinguiria a punibilidade dos condenados, também foi rejeitado por uma parcela significativa da população. Quase metade dos brasileiros (47%) é contra a anistia a Jair Bolsonaro, condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e eleitoral e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, atualmente em prisão domiciliar.
Impacto político
Os atos de 8 de janeiro de 2023, quando milhares de bolsonaristas, incitados por líderes políticos, invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, depredando patrimônio público e ameaçando a ordem democrática, seguem no centro do debate político nacional.
A pesquisa da Quaest também captou um reflexo direto desse cenário na avaliação do governo federal. Após nove meses de vantagem, a aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empatou tecnicamente com a desaprovação, sinalizando um aumento da polarização e a sensibilidade da opinião pública às questões relacionadas aos atos golpistas.
Líderes condenados pelo STF
O Supremo Tribunal Federal já proferiu várias condenações relacionadas aos atos antidemocráticos. No âmbito do inquérito que apura o "núcleo crucial", o dos idealizadores e financiadores dos ataques foram condenados:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.
Provas confirmadas
As condenações reforçam a tese do Ministério Público de que os ataques foram resultado de uma ação concertada, com o objetivo explícito de subverter a ordem democrática e forçar uma intervenção militar.
A pesquisa Quaest, ao ouvir a população, demonstra que, apesar de uma parcela expressiva simpatizar com a causa dos condenados, a maioria da sociedade brasileira ainda considera que a resposta jurídica aos crimes de 8 de janeiro está no caminho certo.
Fonte: Quest/Brasil 247
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