Brasil

INVESTIGAÇÃO

Deputado do Rio de Janeiro é alvo de operação da PF por suspeita de fraudes e corrupção

Thiago Rangel é investigado por desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro por meio de uma rede de combustíveis

Da Redação

Segunda - 14/10/2024 às 09:10



Foto: Divulgação/PF Polícia Federal abre operação sobre suspeita de fraudes e corrupção do deputado estadual Thiago Rangel
Polícia Federal abre operação sobre suspeita de fraudes e corrupção do deputado estadual Thiago Rangel

A Polícia Federal (PF) lançou, na manhã desta segunda-feira, uma operação contra um esquema de crimes relacionados à organização criminosa, fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o deputado estadual Thiago Rangel (Podemos-RJ). A operação, nomeada "Postos de Midas", faz alusão ao Rei Midas da Frígia, conhecido na mitologia por sua habilidade de transformar tudo que tocava em ouro, refletindo o crescimento exponencial do patrimônio do parlamentar.

Os agentes estão cumprindo mandados de busca e apreensão em 14 locais, incluindo a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Campos de Goytacazes. As investigações, conduzidas em conjunto pela Receita Federal e pelo Ministério Público, apuram um suposto esquema de contratações fraudulentas, que se valia da dispensa irregular de licitações para beneficiar empresas ligadas a Rangel. Conforme os investigadores, tais práticas resultaram em sobrepreço e desvio de recursos públicos, que eram posteriormente lavados por meio de uma ampla rede de postos de combustíveis.

No decorrer das investigações, ficou evidenciado que o patrimônio de Thiago Rangel disparou ao longo dos anos. Ao se candidatar ao cargo de vereador em Campos de Goytacazes, ele declarou bens no valor de R$ 224.000,00, incluindo dois veículos e uma participação de R$ 60.000,00 em um posto de gasolina. Em 2022, ao concorrer à Assembleia Legislativa, seu patrimônio foi declarado em R$ 1.972.000,00, revelando a existência de 18 postos de combustíveis e 12 empresas envolvidas no esquema.

Ainda conforme a reportagem, os mandados de busca estão sendo cumpridos em municípios como Campos, Cabo Frio, Itaguaí e na capital, Rio de Janeiro. Entre os locais-alvo estão o gabinete de Rangel na ALERJ, a Diretoria de Aquisições da Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Campos, além da Empresa Municipal de Habitação (EMHAB) e sua residência. As medidas foram autorizadas pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

No cenário político familiar, Thiago Rangel é pai de Thamires Rangel (PMB), considerada a vereadora mais jovem do Brasil, eleita há uma semana aos 18 anos. Thamires conquistou uma das 25 cadeiras da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes e, embora tenha recebido apoio financeiro da campanha de seu pai — R$ 41.500,00, o que corresponde a 34,8% das doações —, ela tenta estabelecer sua própria identidade política.

Entre os pontos de divergência, destaca-se a indicação de Thiago para homenagear o empresário e ex-coach de extrema-direita Pablo Marçal, figura com a qual Thamires não se identifica, especialmente devido às suas declarações desrespeitosas sobre mulheres. Em setembro, o influenciador e candidato à prefeitura de São Paulo foi indicado para receber a Medalha Tiradentes, a maior honraria da ALERJ, por sua atuação no mercado de desenvolvimento pessoal e influência no empreendedorismo digital, o que gerou discordâncias entre pai e filha.

Fonte: Brasil 247

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