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AMAZÔNIA

Cientistas alertam que Amazônia pode alcançar ponto de não retorno em até 2050

Pesquisa revela que entre 10% a 47% do território amazônico se cruzar a linha crítica, pode comprometer sua capacidade vital de regeneração

Da Redação

Quinta - 15/02/2024 às 16:42



Foto: Marizilda Cruppe/Divulgação Trecho da Floresta Amazônica
Trecho da Floresta Amazônica

Uma pesquisa liderada por cientistas brasileiros alerta para a perda quase irreversível da Floresta Amazônica até o ano de 2050, indicando que a região pode atingir o ponto de não retorno, quando a natureza não pode mais se regenerar. A perda dessa capacidade representa uma ameaça significativa aos serviços ambientais que a floresta fornece, como a dispersão de umidade através dos "rios voadores" e a absorção de gases de efeito estufa.

O estudo, liderado por Bernardo Flores, da Universidade Federal de Santa Catarina, ressalta que a possível transformação da Amazônia em um estado irreversível terá impactos significativos na biodiversidade, clima e economia global.

Os pesquisadores afirmam que a floresta não desaparecerá, mas assumirá uma forma radicalmente diferente, assemelhando-se a um cerrado mais empobrecido. Árvores menores e uma capacidade limitada de recuperação caracterizariam a nova realidade, comprometendo o equilíbrio ambiental que a Amazônia mantém atualmente.

Bernardo Flores, pesquisador de pós-doutorado em ecologia da UFSC. alerta que a transformação do bioma impactaria diretamente o clima da região.

 "A degradação contribui para a redução da ocorrência de chuvas na Amazônia. Haveria uma diminuição na capacidade do ecossistema de reciclar as águas das chuvas e a floresta precisa disso para viver", analisa.

Para as demais regiões do Brasil, a devastação da Amazônia pode significar uma alteração significativa no regime de chuvas, com um impacto nos locais que recebem um fluxo de umidade da Amazônia. Esse fluxo abastece muitas chuvas nas Cataratas do Iguaçu, no Pantanal e na Bacia do Prata.

Para as demais regiões do Brasil, a devastação da Amazônia pode significar uma alteração significativa no regime de chuvas.

"Há um impacto nos locais que recebem um fluxo de umidade da Amazônia. Esse fluxo abastece muitas chuvas nas Cataratas do Iguaçu, no Pantanal e na Bacia do Prata”, destaca a pesquisadora Marina Hirota.

Para os pesquisadores, são necessárias ações locais dos países que compreendem a Amazônia para reduzir o desmatamento e expandir áreas de restauração florestal. Além disso, eles reforçam a importância de ações globais, com todos os países se comprometendo com a redução da emissão de gases do efeito estufa.

 A pesquisa envolveu 24 cientistas de várias partes do mundo, incluindo 14 brasileiros, além de renomados especialistas, como Luciana Gatti, Carlos Nobre, Paulo Artaxo e Richard Betts, evidenciando a dimensão global e a importância do tema.

Fonte: GLOBO

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