Brasil

DIREITOS HUMANOS

Brasil sobe 47 posições em ranking de liberdade de imprensa

Especialistas indicam clima menos hostil pós-governo Bolsonaro

Da Redação

Sexta - 02/05/2025 às 08:47



Foto: Lula Marques/Agência Brasil Imprensa brasileira
Imprensa brasileira

O Brasil subiu 47 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), passando para a 63ª posição em 2025, se comparado a 2022. Esse avanço é explicado pela diminuição da hostilidade ao jornalismo após o fim da era Bolsonaro.

A RSF define liberdade de imprensa como a possibilidade de jornalistas poderem selecionar, produzir e divulgar informações sem interferências políticas, econômicas, legais ou sociais, e sem risco à sua segurança.

Embora o Brasil tenha melhorado, a situação global está longe de ser boa. Em 2025, seis em cada dez países pioraram sua posição no ranking. Pela primeira vez, metade dos países tem condições de imprensa ruins, e apenas um em cada quatro países está em uma situação considerada satisfatória. A média geral ficou abaixo de 55 pontos, o que indica que a situação da liberdade de imprensa no mundo é difícil.

O ranking é formado por cinco critérios: político, social, econômico, marco legal e segurança. O maior impacto em 2025 foi o indicador econômico, que analisa a concentração da mídia, a pressão de anunciantes e a falta de transparência nos auxílios públicos. A RSF alerta que muitos meios de comunicação estão lutando para se manter financeiramente independentes, o que ameaça a liberdade de imprensa. Quando a independência financeira é comprometida, os meios de comunicação acabam se sujeitando a interesses externos e perdem qualidade.

Argentina e Peru são dois exemplos de países que pioraram significativamente. A Argentina caiu 47 posições, agora ocupando a 87ª posição, devido às políticas autoritárias do presidente Javier Milei, que enfraqueceram a mídia pública e usaram a publicidade estatal para pressionar os jornalistas. O Peru, com 130º lugar, também viu um grande retrocesso, com ataques judiciais e campanhas de desinformação contra a imprensa.

Nos Estados Unidos, a situação também não é boa, ocupando a 57ª posição. O governo de Donald Trump enfraqueceu a confiança na mídia e usou o governo para atacar jornalistas. Muitos jornais locais fecharam e o financiamento da USAGM (Agência de Mídia Global) foi cortado.

Em regiões como o Oriente Médio e o Norte da África, a situação é ainda mais grave. O Gaza, por exemplo, foi marcado por ataques diretos ao jornalismo, tornando essa área uma das mais perigosas do mundo para jornalistas. Esses países estão, em sua maioria, em uma situação muito difícil.

As Big Techs também têm papel importante no enfraquecimento da imprensa. A RSF destaca que empresas como Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft (GAFAM) dominam a distribuição de informações e estão enfraquecendo a economia de mídia. Elas capturam grande parte das receitas de publicidade digital, o que afeta negativamente os meios de comunicação tradicionais. Além disso, essas plataformas não regulamentadas contribuem para a desinformação e para a concentração da propriedade da mídia, algo que ameaça o pluralismo da informação.

A RSF alerta que a falta de regulamentação dessas empresas e a concentração de poder nas mãos de poucos prejudica a liberdade de imprensa em diversos países.

Fonte: Agência Brasil

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia:

<