A importância dos movimentos sociais na construção das políticas públicas para organização do homem no campo foi o tema debatido no Encontro da Agricultura Familiar, Povos e Comunidades do Semiárido “Luiz Eduvirgem”. O espaço para palestras, oficinas e diálogo voltados ao fortalecimento da atividade dos pequenos produtores rurais foi aberto na II Feira da Agricultura Familiar, que será encerrado este sábado, 25, no Espaço Rosa dos Ventos, na UFPI.
“Os movimentos sociais têm um histórico de lutas e de conquistas em prol da formulação e da qualificação das políticas públicas no Brasil e no Estado de Piauí. Hoje discutimos sobre as políticas públicas que já estão em execução, sua avaliação e propor melhorias”, disse o superintendente da Secretaria da Agricultura Familiar do Estado de Piauí (SAF), Clébio Coutinho.
Ele destacou a relação entre a SAF e os movimentos sociais na organização do homem do campo em todos os territórios de Estado, em várias linhas, como agricultura e comunidades tradicionais. “A gente tem a prática de dialogar com eles a execução das políticas, propondo inclusive cotas de participação para cada um dos movimentos que constituem o que eles organizaram e chamam de Campo Unitário, que é um colegiado desses movimentos que discute novas políticas públicas, como também a avaliação e qualificação das políticas já em execução”, disse Coutinho.
Vinda de Cristino Castro, região Sul do Piauí, a indígena Mercedes Alves da Silva ressaltou que a Feira e as oficinas e palestras são importantes para o fortalecimento da autonomia, reconhecimento dos produtos e do trabalho. “A gente traz com os produtos a identidade do nosso povo. Nosso artesanato é com pneus recicláveis. Então, é uma forma também de ajudar o meio ambiente, a natureza, contribuindo para transformar o pneu em artesanato. Ao mesmo tempo, a gente produz milho, feijão, uma diversidade na agricultura familiar”, contou.

A secretária da SAF, Rejane Tavares, falou da importância das palestras e oficinas durante o evento. “A gente está tratando das questões que impactam nas mudanças climáticas, dentro do Semiárido, nas diversas cadeias produtivas dos agricultores familiares. Essa é uma ação que a gente tem a parceria com o BID, com o FIDA para que a gente comece o trabalho com essas comunidades, já a partir de um processo de formação”.