O Piauí despeja diariamente 113 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento diretamente na natureza, ocupando a sétima posição entre os nove estados do Nordeste. Os dados são da pesquisa realizada pelo Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento Básica (SNIS), ano-base 2022 e foram divulgados, nesta terça-feira, 26.
Sem a coleta e tratamento de esgoto, os riscos à saúde da população e o impacto ao meio ambiente são severos. Ainda segundo o SNIS, mais de 37 milhões de pessoas no Nordeste não têm acesso à coleta de esgoto, e apenas 34,3% do esgoto gerado é tratado. Isso equivale ao despejo diário de 1.398 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento.
Em 2024, considerando os 366 dias do ano, serão mais de meio milhão (511.668) de piscinas olímpicas de esgoto despejadas nos corpos hídricos da região.
A precariedade desses serviços básicos resulta em hospitalizações e óbitos por doenças associadas à falta de saneamento como diarreia, febre amarela, dengue, leptospirose, malária e esquistossomose De acordo com dados do DATASUS 2022, presentes no Painel Saneamento Brasil, mais de 75 mil pessoas foram internadas no Nordeste por essas enfermidades, resultando em mais de 800 óbitos.
Além disso, o despejo irregular de esgoto compromete o meio ambiente, contaminando rios, mares e lagos, afetando a fauna aquática, desestabilizando ecossistemas e prejudicando o abastecimento de água de comunidades que dependem dessas fontes naturais.
Os benefícios da melhoria dos serviços básicos são incontáveis: além de melhorar significativamente a saúde e a qualidade de vida da população, a universalização do saneamento impulsionará a economia local, reduzindo gastos com saúde pública e fomentando atividades como o turismo. Rios e praias mais limpos, por exemplo, atrairão visitantes e fortalecerão a imagem da região como destino turístico, gerando emprego e renda para milhares de habitantes.
Fonte: Trata Brasil