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CULTURA

Exposição "Os Caipiras" retrata figuras sociais do paulista interiorano

Passear pelas suas salas é fugir do cotidiano agitado da capital paulistana e imergir no lúdico, na beleza e no imaginário

Cintia Lucas

Quinta - 30/01/2025 às 10:33



Foto: Isabella Matheus Quadro
Quadro "Caipira picando fumo" de Almeida Júnior, em exposição temática na Pinacoteca em São Paulo

SÃO PAULO (SP) - Quem estiver de férias ou mora em São Paulo (SP) tem à sua disposição a exposição "Caipiras: das derrubadas à saudade", que acontece até 13 de abril, na Pinacoteca, Praça da Luz.

Quadro "Caipira picando fumo" de Almeida Júnior. Foto: Carolina LucasAs pinturas icônicas de Almeida Júnior (Itu, 8 de maio de 1850 — Piracicaba, 13 de novembro de 1899)) mostram de forma única o cotidiano de figuras sociais do paulista interiorano e talvez por isso faça tanta sucesso entre as inúmeras exposições que hoje habitam na Pinacoteca. Passear pelas suas salas é fugir do cotidiano agitado da capital e imergir no lúdico, na beleza e no imaginário.

Na exposição coletiva o quadro "Caipira picando fumo" (1893). Segundo a curadoria da exposição, a figura do caipira surge do projeto político de uma elite cultural empenhada na modernização de São Paulo e na construção de um lugar destacado para o estado frente as outras unidades da federação.

Fotos: Isabella MatheusReal e naturalista, as pinturas seguem uma tendência moderna internacional de arte do século 19, exaltando o trabalhador do campo. São três salas com obras que remetem a construção desse personagem (caipira), que representa tão bem o ambiente rural e os afazeres que os caracterizam.

Foto: Cintia LucasAlém do caipira, também podem ser vistos na exposição pinturas que remetem outros protagonistas da época como bandeirantes, mestiços e caboclos. Outras mostram a destruição das florestas desde 1830, tratando da relação humana com o ambiente.

 Foto: Isabella MatheusA relação do homem com a terra talvez seja a temática mais presente na obra de Almeida Júnior. Também podem ser vistas obras como Bandeirantes e Índia (Prólogo) (1882) e Defrichement d’une forêt [Derrubada de uma floresta] (entre 1827 e 2835).

Foto: Isabella MatheusA última sala se volta para a representação do sistema cultural em que a figura do caipira se insere, uma preocupação realista dos pintores modernos, como Almeida Júnior. É nessa sala que está a Saudade (1899), uma das obras mais emblemáticas do artista. Na pintura, uma caipira nos comove ao chorar sobre uma fotografia, que lhe traz uma recordação.

Foto: Levi FananA exposição pode ser vista de quarta a segunda, das 10h às 18h. Quintas estendidas das 10h às 20h (entrada gratuita a partir das 18h).

Foto: Carolina Lucas

Cintia Lucas

Cintia Lucas

Cintia Lucas é jornalista formada pela Universidade Federal do Piauí e mestra em Comunicação pela mesma instituição. A coluna vai abordar os bastidores da notícia, com foco em temas de interesse público. Contato: cintialuc1@hotmail.com
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