Olhe Direito!

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Para onde vamos?

É claro que a atividade turística, seja ela para lazer, negócios, educação, cultura e saúde, tende a ser retomada

Alvaro Mota

Quinta - 30/07/2020 às 21:49



Foto: Divulgação Turismo
Turismo

A pandemia da covid-19 jogou no chão uma das mais importantes atividades econômicas de todo o mundo, o turismo. Mesmo onde esse não é um ramo de negócios organizado ou dissociado de outros campos do serviço, há importância nele porque envolve toda uma série de atividades, que vai de transportes de pessoas a venda de suvenires. Milhares de pessoas estão fora do trabalho à espera que as coisas voltem ao estado anterior à pandemia ou, pelo menos, de uma normalidade controlada – o que agora tem se chamado de “novo normal”.

É claro que a atividade turística, seja ela para lazer, negócios, educação, cultura e saúde, tende a ser retomada. Porém, cabe indagar, aqui para nós do Piauí: para onde iremos? Não conheço a atividade o bastante para dar uma resposta, mas falarei por mim. Se tiver de viajar para além do Piauí, a lazer,  me parece razoável que seja para um destino próximo, que possa ser percorrida por carro em um espaço de menos de 12 horas. Neste caso, há uma limitação a São Luís ou Fortaleza.

É claro que as pessoas vão precisar se deslocar por necessidades profissionais, de saúde ou acadêmicas e, nestes casos, não há muito espaço para escolhas. Porém, uma vez que queiramos espairecer, parecem ser as mais adequadas as opções de viagens mais próximas, dada a situação emergente de saúde.

Porém, viajar para onde? Ficar onde? Eis um problema que pode apontar para uma solução. Nos próximos meses, viagens de longa distância serão descartadas pelos temores das pessoas, pela queda na renda e por falta de confiança das pessoas em face de uma condição econômica desfavorável. Onde estaria a solução se eu só citei problemas? Na melhoria da oferta turística local. Isso vale para todas as cidades do Piauí com algum interesse turístico.

Segundo o Ministério do Turismo existem no Piauí pelo menos 30 municípios com algum interesse turístico. Por comodidade, costumamos pensar somente nas cidades litorâneas como um destino imediato para descanso e lazer. Tudo bem, vamos olhar para as cidades praianas. Elas têm uma estrutura hoteleira boa, bons serviços de bares e restaurantes. Mas podem melhorar, podem aproveitar que haverá maior demanda interna para reforçar a qualidade dos serviços que oferecem, além de racionalizar custos operacionais, repassando o ganho para o cliente.

O raciocínio de melhoria da qualidade dos serviços turísticos que se faz para o litoral serve para outras áreas do Piauí, como os municípios onde estão os Parques Nacionais das Serras da Capivara e das Confusões, cuja exuberância e beleza devem ser oferecidas neste ambiente de turismo interno em alta.

É perfeitamente possível que prefeituras, entidades associativas das atividades turísticas, governo estadual e órgãos de suporte empresarial, como o Sebrae, se unam em um esforço para que se aproveite uma situação que poderia ser ruim para fazê-la oportunidade para o turismo interno no Piauí – seja para o piauiense, seja para brasileiros de outros estados.

Pessoalmente, ficaria muito feliz em viajar para cidades como São Raimundo Nonato, Oeiras, Valença, Castelo do Piauí, Amarante e outras tantas que não fazem normalmente parte de um roteiro turístico convencional e lá encontrar um serviço receptivo de boa qualidade.

Aliás, sobre isso, cabe lembrar que em Oeiras o Sesc fez um hotel-escola. A experiência do Sesc, assim como do Senac e Sebrae em qualificação, poderia e deveria ser acionada agora para dar suporte a uma onda favorável às viagens curtas, dentro do estado. Isso faria um enorme bem à nossa economia, com o turismo sendo um setor fortalecido na saída da crise sanitária.

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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