A banda Validuate é sem dúvida um dos nomes de peso da música piauiense, a banda mistura mpb, com pop rock, samba e baião, um verdadeiro caldeira de música brasileira. A banda surgiu na cidade de Teresina em 2004, a parceria entre os vocalistas Quaresma e Thiago E. teve grande repercussão com o lançamento do disco Pelos Patios Partido em Festa no ano de 2008 a banda abriu shows de artistas de renome nacional como Caetano Veloso, João Bosco, Nação Zumbi e Nando Reis.
Validuaté é um combo de interesses múltiplos - samba, baião, heavy metal, reggae, brega - que reúne nada menos do que três bacharéis em Letras e reencontra uma tradição lírica piauiense que revigora a presença de dois ilustres conterrâneos: os poetas Mário Faustino (1930-1962) e o tropicalista Torquato Neto (1944-1972).
O grupo musical se destoa de seus colegas do pop nordestino por privilegiar a irreverência (em vez da seriedade conceitual) e por fazer um pop sem regras ou fórmulas. Mas o que acentua a diferença é que, de repente, pinta um nível de informação erudita no meio de uma levada brega. Sem afetação. Os piauienses não querem forçar uma barra, uma associação com seus antecessores ilustres. "De repente, a gente faz essa parceria Validufaustino ou Torquataté. São possíveis maravilhosos", diverte-se o cantor, ator e compositor Thiago E.
A banda não cai na armadilha de se declarar um "produto exótico de um Estado remoto". Prefere reconhecer influências múltiplas do Brasil todo em seu som. O grupo denuncia apenas a vivência acadêmica aqui e ali - também, pudera, eis aqui o currículo dos cúmplices:
O vocalista e compositor Zé Quaresma (o sobrenome não é de fantasia, é de família mesmo) é formado em Letras e também artista plástico e videomaker. Começou a cantar em União, a 50 km da capital, Teresina, e produz também as capas dos seus discos.
O parceiro univitelino de Quarema é Thiago E, professor de Língua Portuguesa, compositor, poeta e ator, responsável por mais da metade das composições da banda. Júnior Caixão é o guitarrista (também é "administrador de bar", na biografia do grupo). O outro guitarrista, Vazin, é professor de Geografia e militou anteriormente em bandas de heavy metal. Wagner Costa, o baixista, é Mestre em Literatura e chegou a atuar como violoncelista da Orquestra de Câmara da Universidade Federal do Piauí. E, na cozinha, o baterista John Well, que também é professor de bateria e flauta doce e tem um pé na música gospel.
"Vejo que tem muito "contemporâneo" apenas repetindo ou diluindo trabalhos que já foram feitos. Tem muito artista que tá começando que lança disco super bem produzido, bem arranjado e tudo, mas não diz coisas interessantes; não surpreende pelo tema; falta um visgo narrativo", analisa Thiago E. "Só porque vivemos tempos fragmentados não significa dizer que tudo que é desconexo é bacana. E também, pra agradar, não precisa ser "novo" ou "original" - podemos fazer boa música com velhas formas. E não vamos chamá-la de "verdadeira literatura contemporânea..." ou coisa do gênero. Podemos fazer uma "mentirosa música contemporânea" e ser ela ser maravilhosa"".
Fonte: Google