Golpe: o caos do Brasil

Por Deusval Lacerda de Moraes

Nada foi terrivelmente destrutivo para o Brasil como o golpe parlamentar-constitucional-judicial desferido oficialmente no dia 31 de agosto de 2016.

O Brasil retroagiu em todos áreas, campos e setores da atividade pública e humana. Para se aplicar golpe dessa magnitude, o primeiro ato é rasgar a Constituição. E isso se deu com o impeachment infundado e através de crime de responsabilidade inexistente.

Como corolário do desrespeito constitucional, veio o atrofiamento do Estado Democrático de Direito com a consequente promiscuidade institucional, que desaguou na desorganização do Estado.

Desarrumada a Pátria, vem surgindo a cada dia todo tipo de tragédia e desinteligência pública.

Primeiramente, apeou do poder uma presidente reeleita pelo povo brasileiro. Segundo, impediu o melhor presidente do Brasil de, pelo sufrágio universal, voltar a governar a Nação. E o pior, prendê-lo sem crime.

No esfacelamento institucional proveniente do golpismo, o Supremo Tribunal Federal perdeu o seu protagonismo garantidor da Construção, e um juiz singular se tornou a real e a verdadeira efetividade judiciária nacional.

Na seara política a discussão descambou para temas que só em ouvi-los causa asco em qualquer cidadão civilizado. Fala-se em armas, tortura, matança, racismo, preconceito, misoginia, estrema-direita, fascismo, enfim, em propostas já anteriormente erradicadas pela razão humana.

Em matéria de economia, a discussão é ainda pior, pois fala-se no liberalismo exarcebado, no Estado mínimo, privatizações de todo aparato estatal e deixar a população basicamente sem direitos, na previdência, na assistência social, na saúde, na educação, na segurança pública, enfim, em diversas áreas em que os menos favorecidos mais precisam.

Por fim, na esteira do golpe o eleitorado brasileiro em nome da elite, direita, extrema-direita e patronato midiático elegeu o nada. O que só resta a dizer uma coisa: é uma lástima Chico Paulo!