O problema é mais sério do que se pensa. Como o mandatário governa sem saber? Quando foi que o ocupante do Palácio do Planalto demonstrou saber governança? No Exército? De lá foi expulso.
Na Câmara dos Deputados? Era do baixo clero, ou seja, desprezado. Nos debates? Nunca participou de nenhum, não tem condições intelectuais nem emocionais para enfrentar esse tipo de refrega. Não tinha sequer partido político, como ainda não tem até hoje. Ou melhor, em momento algum ele tentou mostrar que sabia governar o Brasil. O erro é perfeitamente perceptível em três fatores.
O primeiro é que a sova do Partido dos Trabalhadores em quatro eleições presidenciais consecutivas na elite, direita, extrema-direita e patronato midiático deixou esses segmentos historicamente mandonistas distanciados do poder. Aí apelaram para o vale-tudo, e aplicaram o golpe parlamentar-constitucional-judicial de 31 de agosto de 2016 para abocanhar o poder a qualquer custo. E Bolsonaro é consequência dessa ruptura institucional. Segundo fator é que esses segmentos da sociedade que manipularam o Estado Democrático de Direito representam os interesses do capital selvagem nacional e internacional, portanto, para eles, não há importância em governo para a Nação, mas, sim, para aplacar os seus desideratos mais emergenciais.
E, para esse fim, quanto mais parvo o comandante, melhor. E terceiro e último fator, é que significativa parcela do eleitorado brasileiro não consegue se desvencilhar da arapuca armada por esse sistema dominante que a induz a cair no conto do vigário. Moral da história: os arrivistas estão animados como o Bozo por não saber governar e, assim, deitam e rolam no que realmente objetivam do poder.