A Polícia Federal precisa ir mais a fundo e descobrir quem seriam os outros "sócios" dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão na nova milícia que seria instalada no Rio de Janeiro e entregue para ser chefiada pelo ex-policial militar Ronnie Lessa.
Em delação à PF, Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, disse que como recompensa pelo crime seria dada a ele a chefia da nova milícia na área de Jacarepaguá, onde seria feito um loteamento e construído um condomínio que daria um lucro de R$ 100 milhões aos milicianos.
Em contrapartida, a nova milícia garantiria os votos da região aos irmãos Brazão. Mas os sócios da nova "empresa" seriam só Lessa e os Brazão? Só eles teriam esse interesse eleitoral? Uma organização com potencial de lucrar R$ 100 milhões teria apenas três interessados? Quem mais ganhou com a morte da vereadora?
Marielle Franco, segundo Lessa, foi morta porque estaria sendo um grande obstáculo para os planos dos políticos envolvidos do assassinato. A vereadora era contra um loteamento irregular que os Brazão queriam fazer na zona oeste do Rio Janeiro.
Lessa disse à PF que a execução da vereadora renderia a ele o loteamento e um lucro estimado de mais de US$ 20 milhões (R$ 100 milhões). O miliciano contou ainda que o então deputado estadual Marcelo Freixo (PT) teria sido um dos alvos do grupo político que encomendou a morte de Marielle.