O mestre Ziraldo esteve várias vezes no Piauí. Era sempre lembrado e homenageado no Salão Internacional de Humor do Piauí, idealizado e por muitos anos organizado e coordenado pelo também cartunista Alberty Piauí.
Mesmo frequentando sempre o meio artístico e cultural piauiense, até por ser jornalista, nunca tive a felicidade de estar pessoalmente com grande mestre Ziraldo, apesar da grande admiração que tenho por ele e sua obra.
Mas sabe aquela pessoa que a gente nunca encontrou na vida e mesmo assim se tem a impressão de ser um conhecido próximo ou amigo de longas datas? Pois era assim que me sentia sempre que via Ziraldo numa foto ou num programa de TV.
A minha admiração por Ziraldo começou quando vi e li algumas edições do Pasquim que o saudoso jornalista Raimundo Alves de Lima, o Ral, carregava debaixo do braço com uma ruma de papéis, revista e livros. Como eu, Ral era fã de Ziraldo.
Eu estava no início de carreira no jornalismo e a história do jornal Pasquim me fascinava. Como um jornal "pequeno" conseguia ser tão poderoso, admirado e importante para o País em plena Ditadura Militar? Descobrir que era pela genialidade dos que o faziam, entre eles o mestre Ziraldo.
Quando "menino maluquinho" e adolescente eu adorava ler revistas em quadrinhos. Era fã da Turma da Mônica e achava divertidas as estórias do Pateta, do Pato Donald e mais tarde do Zorro. Talvez isso tenha me conectado com Ziraldo. Pelos cartuns e charges geniais que ele criava.
Senti a morte de Ziraldo como a de uma pessoa próxima. Ele foi sepultado neste domingo (07), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona Sul do Rio. Mas a arte dele será eterna e um exemplo às futuras gerações, como foi e é para a nossa.