
Na quinta-feira passada, fui ao CCBB apreciar a exposição Movimento Armorial 50 anos, a respeito da vida e obra do grande Ariano Suassuna. Fiquei encantada com a punjança do Nordeste ali retratado, através de pinturas, xilogravuras, magníficos entalhes em madeira, poesias e filmes baseados na obra do autor , come O Auto da compadecida,O Santo e a Porca, A Farsa da Boa Preguiça, entre outras.
Suassuna, através desse movimento, pretendia unir as raizes nordestinas ao erudito. Queria a valorização das artes populares nordestinas, através da música, da dança, da literatura, do teatro, etc.
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Ao ler o excelente artigo do geógrafo Tiago Cardoso no Facebook, fiquei me perguntando o que deu errado? Por que o magnífico projeto de Ariano caiu no esquecimento e hoje vemos essa enxurrada de falsos cantores “sertanejos”, que pensam que ao usarem botas e um chapéu estariam já caracterizados como “nordestinos”. No artigo, ele explica muito bem como essa gente tomou de assalto a música brasileira como um todo, com a ajuda dos meios de comunicação, devidamente comprados pelo agronegócio.
Aliás, não só nas artes populares o agronegócio intervém. Há um projeto de intervenção nas escolas públicas, como demonstrado pelo professor doutor Rodrigo Lamosa em seu livro Educação e Agronegócio.
Esse pessoal tem muito dinheiro e conta com uma bancada forte no Congresso. Está na hora de começarmos a reagir, antes que nos tornemos cúmplices nesse verdadeiro retrocesso nas artes e na cultura como um todo. Não somos gado para querermos tanto pasto!
Fonte: Marisa Cruz
