O Papiloma Vírus Humano (HPV) é amplamente associado ao câncer de colo de útero, mas também está envolvido em outros tipos de câncer, como o câncer do canal anal, que vem apresentando aumento no Brasil. Entre 2015 e 2023, mais de 6.000 mortes foram registradas devido a esse câncer, com cerca de 38.000 internações nos últimos dez anos. Embora o câncer anal represente apenas cerca de 2% dos tumores da região do intestino grosso, reto e ânus, sua incidência aumentou 4% ao ano, com dois fatores principais contribuindo para esse crescimento:
- Diminuição do estigma sobre o sexo anal, que favoreceu a prática entre homens homoafetivos, bissexuais e heterossexuais.
- Aumento da expectativa de vida de pessoas com HIV, graças ao avanço nos tratamentos, o que, embora tenha controlado o HIV, também eleva o risco de desenvolver câncer anal.
O câncer anal pode ser prevenido de forma simples por uso de proteção durante a relação sexual (a principal via de transmissão do HPV) e pela vacinação contra o HPV. O Sistema Único de Saúde oferece uma vacina quadrivalente, eficaz especialmente antes do início da vida sexual, e recomendada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de pessoas com HIV, transplantados e outros grupos de risco até 45 anos. A vacinação também é essencial para meninos, que podem ser infectados, transmitir o vírus e desenvolver câncer de canal anal.
Além do câncer anal, o HPV também está relacionado ao câncer de pênis, com 4.500 mortes e 22.000 internações registradas no Brasil nos últimos 10 anos. Estima-se que metade dos casos seja causada pelo HPV, sendo a amputação do pênis uma das consequências drásticas. A prevenção passa pela higiene genital adequada, evitando doenças sexualmente transmissíveis, e pela vacinação contra o HPV, que pode reduzir a incidência do câncer de pênis em 30% a 40%.
O HPV afeta mais de 54% das mulheres e 41% dos homens que já iniciaram a vida sexual, e pode ser transmitido sem sintomas e por contato com mucosas infectadas. Portanto, a vacinação e a prevenção continuam sendo as formas mais eficazes de conter a propagação do vírus e os riscos associados a ele.
Fonte: Agência Brasil