O Piauí registrou uma redução significativa nos casos de dengue nas primeiras semanas de 2025, diminuindo de 457 casos no mesmo período de 2024 para 167 neste ano, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Essa queda de aproximadamente 63,5% destaca o estado como o que mais reduziu a incidência da doença na região Nordeste.
O coeficiente de incidência também apresentou uma diminuição expressiva, passando de 14 casos por 100 mil habitantes em 2024 para 5,1 em 2025. Em 2024, o Piauí possuía o maior coeficiente de incidência de dengue do Nordeste; agora, esse número é quase três vezes menor.
Comparando com outros estados nordestinos, o Maranhão reduziu os casos de dengue em 45%, o Rio Grande do Norte em 15%, Alagoas em 22% e a Bahia em 56%. Por outro lado, alguns estados registraram aumento nos diagnósticos: Ceará (6%), Paraíba (23%) e Sergipe (96%), que passou de 77 casos em 2024 para 151 em 2025.
O Ministério da Saúde atribui a redução no Piauí a melhorias nas ações de controle e prevenção, como programas de combate ao Aedes aegypti, campanhas de eliminação de criadouros e estratégias educacionais mais eficazes. Fatores sazonais, como a seca que afeta 66 municípios piauienses e o atraso no período de chuvas intensas, também podem ter contribuído para essa diminuição.
Apesar da redução, a Fundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS) emitiu um alerta sobre a circulação do sorotipo 3 da dengue no Brasil, que não era registrado desde 2008. Esse sorotipo pode causar formas mais graves da doença, especialmente em pessoas que já foram infectadas por outros sorotipos. Para prevenir um possível surto na capital, a FMS intensificou ações preventivas, incluindo inspeções domiciliares por agentes de endemias e conscientização da população sobre os riscos do acúmulo de água parada.
A dengue possui quatro sorotipos distintos:
- Dengue Tipo 1: Comum, causa infecções leves a moderadas.
- Dengue Tipo 2: Pode resultar em casos mais graves, especialmente em indivíduos previamente infectados por outro sorotipo.
- Dengue Tipo 3: Associado a casos graves; recentemente voltou a ser registrado em várias regiões do Brasil.
- Dengue Tipo 4: Menos comum, pode causar infecções graves, especialmente em quem já teve dengue anteriormente.
A reemergência do sorotipo 3 é preocupante, pois grande parte da população pode estar suscetível devido à falta de exposição anterior. Especialistas alertam que, sem medidas preventivas eficazes, doenças como dengue e zika podem se tornar endêmicas em novas regiões, incluindo partes da Europa, devido às mudanças climáticas que expandem o habitat dos mosquitos transmissores.
No contexto nacional, o Brasil registrou quase 140 mil casos e 21 mortes por dengue até o final de janeiro de 2025. No Piauí, embora não haja registros oficiais de óbitos no período, foram contabilizados 167 casos prováveis. As autoridades de saúde enfatizam a importância da continuidade das ações de prevenção e controle, especialmente diante da reintrodução do sorotipo 3, para evitar novos surtos e proteger a população.
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