O mês de março é marcado pela campanha “Março Azul Marinho”, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de conscientizar a população sobre o câncer colorretal. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse é o terceiro tipo mais frequente no Brasil, com uma estimativa de 45 mil novos casos por ano.
O câncer colorretal, que afeta o cólon ou o reto, é mais comum em pessoas acima de 50 anos e pode ser originado de lesões pré-cancerosas, como os pólipos.
Dr. Pedro Moraes, oncologista do Hospital Estadual de Franco da Rocha, gerenciado pelo CEJAM, destaca que os principais fatores de risco para a doença incluem o histórico familiar, síndromes genéticas e fatores ambientais e comportamentais. “Embora a predisposição genética seja relevante, a maioria dos casos é esporádica, o que reforça a importância de hábitos saudáveis e do rastreamento regular”, afirma.
O câncer colorretal tem sido fortemente associado ao consumo de alimentos ultraprocessados. Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o consumo desses alimentos, classificando-os como cancerígenos, equiparando-os ao tabaco, amianto e fumaça de óleo diesel. “A inflamação crônica, a alteração da microbiota intestinal e a exposição a aditivos presentes nesses alimentos são os principais vilões”, explica Dr. Moraes.
Ana Carolina Leite, nutricionista da UBS Jardim Aracati, também alerta para os riscos dos alimentos ultraprocessados. Ela explica que eles são ricos em gorduras saturadas e trans, açúcares e aditivos químicos que podem modificar a flora intestinal e até causar a morte de bactérias benéficas. “Não existe uma quantidade segura para o consumo, apenas uma frequência. Quanto maior a presença desses alimentos na dieta, maior o risco. O ideal é que o consumo seja esporádico”, alerta a especialista.
A adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, moderação no consumo de álcool e abandono do tabagismo, é fundamental para a prevenção do câncer colorretal. Dr. Pedro ressalta a importância de uma alimentação rica em fibras, frutas, legumes e verduras. “Esses hábitos podem reduzir processos inflamatórios e favorecer uma microbiota intestinal mais saudável”, afirma o oncologista.
Ana Carolina também recomenda o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. “Priorizar alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, legumes, verduras, batata, mandioca, arroz, milho, feijão e oleaginosas, é a melhor alternativa para uma alimentação equilibrada”, afirma a nutricionista.
A detecção precoce do câncer colorretal é essencial para aumentar as chances de cura. Os principais sintomas incluem alterações persistentes nos hábitos intestinais, presença de sangue nas fezes, dor abdominal e perda de peso inexplicada. Dr. Pedro Moraes enfatiza a importância de exames regulares, como a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia, para detectar a doença precocemente. “A identificação do câncer colorretal em estágios iniciais é fundamental para o sucesso do tratamento”, conclui o oncologista.
O Março Azul Marinho é uma oportunidade para reforçar a conscientização sobre o câncer colorretal, enfatizando a importância da prevenção, dos hábitos saudáveis e do rastreamento regular. “Adotar hábitos saudáveis, realizar exames de rastreamento regularmente e buscar orientação médica ao primeiro sinal de alteração são atitudes que podem salvar vidas”, finaliza Dr. Pedro Moraes.
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