Saúde

INOVAÇÃO

Niterói resiste à crise de dengue com método inovador; entenda

Sendo pioneira na aplicação do método Wolbachia, a cidade apresenta níveis baixos da doença, mostrando a eficácia da iniciativa

Da Redação

Quarta - 14/02/2024 às 09:22



Foto: Reprodução Larvas do mosquito da dengue
Larvas do mosquito da dengue

Enquanto o Brasil enfrenta um aumento alarmante de casos de dengue e mortes relacionadas à doença, Niterói (RJ) consegue manter os níveis baixos da enfermidade. A prefeitura atribui esse sucesso a um monitoramento contínuo e à adoção pioneira do método Wolbachia, implementado desde 2015.

Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. O método Wolbachia, que envolve a introdução da bactéria em mosquitos Aedes aegypti, tem se mostrado eficaz na interrupção da transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya. 

Conhecidos como "Wolbitos", esses mosquitos modificados são incapazes de transportar os vírus responsáveis por essas doenças, por portarem Wolbachia, e passando essa característica adiante ao reproduzirem, tornando-se inofensivos para os humanos.

“Teve muita desconfiança da população quando fomos fazer a soltura dos mosquitos na cidade. Poxa, todo mundo matando mosquito e Niterói vai soltar mosquito? Como assim? Nós fizemos um trabalho intenso com as lideranças comunitárias, com as associações de moradores, com a Federação das Associações de Moradores de Niterói, e elas nos apoiaram nesse convencimento junto à população para que os mosquitos pudessem ser soltos. Hoje, a gente tem uma situação menos dramática do que em grande parte do Brasil”, contou a secretária de Saúde de Niterói, Anamaria Schneider.

A implementação do método Wolbachia não substitui as ações de prevenção e monitoramento contínuo, que envolvem uma equipe de 300 agentes de endemias visitando diariamente milhares de imóveis, incluindo aqueles abandonados, onde os focos de mosquitos são frequentes.

A iniciativa, originária da Austrália, é conduzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde e governos locais. Além de Niterói, outras cidades brasileiras estão sendo contempladas com o método, expandindo o alcance da proteção contra doenças transmitidas por mosquitos.

Embora os resultados do método Wolbachia demandem tempo para serem observados, a colaboração entre o poder público e a população é crucial para o sucesso contínuo do programa. Enquanto Niterói comemora sua eficácia, o Rio de Janeiro enfrenta desafios adicionais na implementação do método, destacando a importância da abordagem abrangente e da cooperação comunitária na luta contra a dengue e outras enfermidades transmitidas por mosquitos.

Prevenção contra a dengue

A melhor forma de prevenir a dengue é por meio do combate a proliferação do mosquito transmissor da doença, adotando medidas simples:

Manter sempre a caixa d'água bem fechada, amarrar bem sacos de lixo, guardar pneus em locais cobertos sempre verificando se não tem água acumulada, não acumular sucata/entulho, não jogar lixo fora do local correto, colocar areia nos vasos de planta para evitar que acumulem água, limpar as calhas da casa, esvaziar potes, garrafas pet e vasos.

Vacinação

A campanha de vacinação contra a dengue já está na ativa desde 08 de fevereiro, tendo como público alvo crianças de 10 a 11 anos, público que registrou maior índice de hospitalização por dengue. Devido ao limite disponível de doses do imunizante o lote foi distribuído apenas para alguns municípios do país, são 712 mil doses  enviadas para  315 municípios dos estados Distrito Federal, Goiás, Bahia, Acre, Paraíba, Rio grande do Norte, Amazonas, São Paulo, Mato Grosso do Sul  e Maranhão.

Fonte: Agência Brasil

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