
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a se posicionar publicamente em defesa de Jair Bolsonaro (PL), nessa terça-feira, 8. Em postagem feita na plataforma Truth Social, Trump afirmou que o ex-presidente brasileiro está sendo vítima de uma “caça às bruxas” e pediu que “deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz”.
A declaração do líder americano ocorre em meio às investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), onde Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. “O Brasil está promovendo um terrível ataque político contra Bolsonaro”, escreveu Trump em uma manifestação anterior, publicada na segunda-feira (7).
Essa é a segunda vez em dois dias que o norte-americano sai em defesa do aliado brasileiro, repetindo um discurso que já vem sendo usado por bolsonaristas para desacreditar as decisões do Judiciário brasileiro. O uso do termo “caça às bruxas” remete à retórica que o próprio Trump costuma adotar para deslegitimar processos e investigações contra ele nos Estados Unidos.
A nova fala de Trump foi imediatamente celebrada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. “Quase meia-noite no Brasil e Donald Trump voltou a postar denunciando a lawfare contra Jair Bolsonaro. Caça às bruxas!”, escreveu Eduardo em suas redes sociais. O deputado está atualmente nos Estados Unidos, onde realiza articulações políticas contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga seu pai no STF.
Em resposta às declarações do presidente norte-americano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu por meio de nota oficial, divulgada ainda na segunda-feira (7), após a primeira publicação de Trump.
A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um País soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito
Nos bastidores, ministros do Supremo Tribunal Federal classificaram como “irrelevantes” as falas de Trump. A avaliação, repassada à Coluna do Estadão por fontes do STF, é de que as manifestações do presidente dos EUA não interferem no andamento dos julgamentos no Brasil.
O episódio se soma a outro atrito recente entre autoridades brasileiras e americanas. Também na segunda-feira, a Justiça da Flórida deu 21 dias para que o ministro Alexandre de Moraes se manifeste em um processo movido pelas empresas Rumble e Trump Media & Technology Group. Elas acusam Moraes de censura, após a suspensão de contas de influenciadores bolsonaristas e de extrema-direita que operam a partir dos Estados Unidos.
Apesar das tentativas de interferência, o Supremo segue com os inquéritos contra Bolsonaro e seus aliados. Nesta quarta-feira (9), Moraes prorrogou por mais 60 dias a investigação sobre as articulações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, a pedido da Procuradoria-Geral da República.
Fonte: Brasil 247