
Em uma decisão drástica, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, determinou o afastamento do ministro do Esporte, André Fufuca, do partido e decretou intervenção no diretório estadual do Maranhão. A medida, anunciada oficialmente nesta quarta-feira (8), foi uma resposta à decisão do ministro de desafiar a orientação da Executiva Nacional e permanecer no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com nota oficial divulgada pelo partido, Fufuca foi afastado de "todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido". O comunicado, assinado por Ciro Nogueira, justifica a ação "diante da decisão [de Fufuca] de desobedecer a orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte".
A intervenção no diretório maranhense tem como objetivo retirar o ministro do comando da legenda no estado. A nota ainda reforça o alinhamento ideológico do partido, afirmando: "O partido reitera o posicionamento de que não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática".
O conflito interno
O afastamento é o ápice de um conflito que se arrastava há semanas. Conforme reportagem do jornal O Estado de São Paulo, a cúpula do PP pressionava pela saída de Fufuca do governo para consolidar a oposição de centro-direita ao presidente Lula nas eleições de 2026. O plano do partido, liderado por Ciro Nogueira, é formar uma chapa de oposição com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tendo o próprio senador como candidato a vice-presidente.
Apoio a Lula e rompimento
O rompimento definitivo foi precipitado por declarações públicas de Fufuca. Na segunda-feira (6), durante agenda do presidente Lula em Imperatriz (MA), o ministro do Esporte fez um pronunciamento surpreendente em apoio ao petistam
"O importante não é justificar o erro, o importante é evitar que ele se repita. Em 2022, eu cometi um erro. Agora, em 2026, pode ser que o meu corpo esteja amarrado, mas a minha alma, o meu coração e a minha força de vontade estarão livres para brigar e ajudar Luiz Inácio Lula da Silva a ser presidente do Brasil", declarou Fufuca, referindo-se ao seu apoio a Jair Bolsonaro (PL) na última eleição presidencial.
A declaração de apoio à reeleição de Lula, aliada à recusa em deixar o cargo ministerial, colocou o ministro em rota de colisão irreversível com a cúpula do PP, resultando nas medidas disciplinares aplicadas nesta quarta-feira. A crise expõe as tensões internas nos partidos que compõem a base de apoio ao governo Lula e a complexa articulação para as eleições de 2026.
Fonte: Nota do PP
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