![O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes](https://piauihoje.com/uploads/imagens/2023022113020-3bdd451b02ae35438c5ad112f5006766715b6c55b7c1a3a64e044311b53e3125-1732105117.jpg)
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ter o direito de concorrer às eleições presidenciais de 2026, apesar da inelegibilidade até 2030 imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A declaração foi dada durante entrevista exibida na madrugada desta sexta-feira (15) pela RedeTV!, na qual Nunes destacou a popularidade do ex-mandatário e defendeu que a decisão sobre sua candidatura deveria caber à população nas urnas.
“Eu acho que ele deveria ter o direito de ser candidato. A popularidade dele é muito alta, aparece nas pesquisas em primeiro. Acho que era bom para a gente se a população pudesse escolher”, afirmou Nunes. Bolsonaro foi condenado pelo TSE em junho de 2023 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao convocar embaixadores para uma reunião no Palácio da Alvorada, em julho de 2022, na qual colocou em dúvida, sem provas, a lisura do sistema eleitoral brasileiro. A decisão o tornou inelegível por oito anos, impedindo sua participação nas eleições até 2030.
Embora tenha defendido o direito de Bolsonaro concorrer, Nunes evitou responder sobre sua posição em relação a eventuais mudanças na Lei da Ficha Limpa, que poderiam viabilizar a participação do ex-presidente no pleito de 2026. O tema tem sido debatido por aliados de Bolsonaro no Congresso Nacional, incluindo uma articulação liderada pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS) para reduzir de oito para dois anos o prazo de inelegibilidade imposto pela Justiça Eleitoral em casos como o do ex-presidente. A proposta ainda enfrenta resistência dentro do Legislativo e pode encontrar obstáculos no Supremo Tribunal Federal (STF).
Além da questão eleitoral, Nunes também comentou sobre as negociações para uma possível fusão entre o MDB e o PSDB, partidos que vêm discutindo alternativas para se manterem competitivos diante das exigências da cláusula de barreira. Essa norma determina um desempenho mínimo nas urnas para que os partidos tenham acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na TV. “Não é uma decisão que vai passar por mim, mas eu acho que o PSDB tem que se reestruturar”, disse o prefeito. A fusão, caso ocorra, pode resultar na criação de um novo partido com maior representatividade no Congresso Nacional.
A declaração de Nunes ocorre em um contexto de reorganização política e eleitoral, com partidos buscando alianças estratégicas para as eleições municipais de 2024 e já projetando o cenário para 2026. O debate sobre a elegibilidade de Bolsonaro continua sendo um dos principais pontos de tensão no meio político, mobilizando tanto sua base de apoio quanto seus opositores, que defendem o cumprimento integral da decisão do TSE.
Fonte: Brasil 247