Os fã-clubes brasileiros de cantoras como Beyoncé, Billie Eilish, Rihanna e Taylor Swift estão entrando na mobilização nas redes sociais contra o requrimento de urgência e o projeto de lei nº 1904/24, que quer equiparar o aborto ao crime de homicídio, quando houver viabilidade fetal, acima de 22 semanas.
Apelidado por ativistas do Direito da Mulher de PL da Gravidez Infantil, o requerimento de urgência do projeto pode ser pautado nesta terça-feira (11), no Plenário da Câmara dos Deputados.
O projeto, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e quer conceder pena conforme o delito de homicídio para as mulheres que realizarem aborto, de 6 a 20 anos de prisão, além de acabar com a previsão legal de aborto decorrente de estupro a partir de 5 meses.
A mobilização nas redes sociais está sendo coordenada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL), que reconheceu o grande poder de divulgação e o alcance que as páginas de fãs têm nas redes sociais, além do impacto e a influência sobre pessoas adolescentes e jovens.
O movimento Criança Não É Mãe entende que o PL 1904/24 afeta principalmente as crianças, que são boa parte de quem busca os serviços de aborto com esse tempo de gravidez uma vez que em casos de abuso sexual, há mais demora em descobrir, ou mesmo identificar a gestação.
Somente no ano de 2022, foi registrado o maior número de estupros de vulnerável do Brasil, com 74.930 vítimas. Destas, 6 em cada 10 vítimas são crianças com idade entre 0 e 13 anos, que são vítimas de familiares e outros conhecidos. A informação é do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Outros fã-clubes também entraram na mobilização, como os das cantoras Anitta, Olivia Rodrigo, Selena Gomez, Katy Perry, Dua Lipa e Lady Gaga, e os dos grupos de pop sul-coreano BTS, Aespa e Blackpink. Além de compartilhar as informações sobre o projeto, os fãs estão divulgando um abaixo-assinado que visa pressionar os líderes da Câmara a não pautar o projeto.
A deputada Erika Hilton diz que esta foi uma forma encontrada para dar visibilidade ao projeto e sua possível tramitação em urgência, que passa "despercebido por grande parte da juventude do nosso país".
"As divas que eles admiram se manifestam publicamente a favor do aborto, dos direitos reprodutivos e contra os retrocessos que ocorrem nos EUA sobre esses temas, que inspiram projetos como esse aqui no Brasil. Esses perfis engajam com a juventude e têm uma capacidade comprovada de mobilização", afirma a parlamentar.
Fonte: Com informações da Revista Marie Claire
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