Política

DELAÇÕES

Entorno de Bolsonaro reforça cerco a Mauro Cid após contratação de advogado

Ex-ajudante de ordens trocou de defensor na semana passada

Da Redação

Segunda - 15/05/2023 às 16:32



Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro
Tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro

O entorno de Jair Bolsonaro (PL) reforçou o cerco ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel do Exército Mauro Cid, após a contratação de novo advogado especializado em delações.

Aliados e assessores de Bolsonaro também têm mandado recados para tentar acalmar o pai de Mauro Cid, Mauro Cesar Lourena Cid.

Cid foi preso em 3 de maio pela Polícia Federal (PF) em uma operação que investiga a suposta emissão fraudulenta de certificados de vacinação contra a Covid em nome de Bolsonaro da filha caçula do ex-presidente, hoje com 12 anos, além do próprio Cid, da mulher e da filha dele.

Inicialmente, o ex-ajudante de ordens era defendido por Rodrigo Roca, próximo da família do ex-presidente – foi advogado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas, por exemplo – e contrário a delações premiadas.

Familiares de Cid, entretanto, avaliaram que Roca estava atuando mais para defender a família Bolsonaro do que o ex-ajudante de ordens. Por falta de alinhamento entre a defesa e a família, na semana passada, o advogado deixou a causa, como revelou o blog. Ele foi substituído por Bernardo Fenelon, que é especialista em delação premiada.

Fenelon tem livros sobre o assunto e já celebrou mais de 10 delações, entre elas, a de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youseff que foi uma das delatoras da Operação Lava Jato.

Segundo o blog apurou, a defesa não é contra usar delação no caso de Cid, mas avalia que não é o instrumento neste momento, pois acabou de assumir o caso e a investigação ainda está em fase inicial.

Ao blog, o escritório de Fenelon informou que o advogado somente se manifesta nos autos por respeito ao STF.

A pressão da família e a cobrança de militares por uma proteção ao coronel são fatores considerados cruciais para que ele decida se colabora ou não com as investigações

Investigadores que atuam no caso avaliam que Cid pode delatar para proteger os familiares, que também estão na mira da polícia. A mulher do ex-ajudante de ordens, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, vai depor na sexta-feira (19), um dia depois do marido.

Bolsonaro depõe no mesmo inquérito na terça (16). Como o blog já mostrou, a principal linha de defesa do ex-presidente é tratar o caso como uma iniciativa do próprio Cid.

Fonte: G1

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