A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (11) a Operação Última Milha, visando desarticular uma organização criminosa acusada de monitoramento ilegal de autoridades públicas e produção de notícias falsas usando sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Um dos alvos é o delegado Marcelo Araújo Bormevet, da PF, que integrou a equipe de segurança de Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha de 2018 e foi nomeado chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Abin por Alexandre Ramagem.
As investigações apontam que essa estrutura foi utilizada para monitorar ilegalmente adversários do governo Bolsonaro. Bormevet, que chegou a ocupar um cargo de confiança no governo Lula (PT), foi afastado em janeiro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e em abril a Controladoria-Geral da União (CGU) abriu um processo administrativo disciplinar contra ele.
Nesta fase da operação, a PF cumpre cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo. Além de Bormevet, os alvos incluem ex-servidores da Abin e influenciadores digitais do "gabinete do ódio" do governo Bolsonaro.
As investigações revelaram que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos do grupo, que criava perfis falsos e divulgava informações falsas, além de acessar ilegalmente computadores e aparelhos de telecomunicações. "Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio", informou a PF.
Entre os alvos de prisão está Mateus Sposito, ex-assessor do Ministério das Comunicações no governo Bolsonaro, e José Matheus Sales, ex-assessor do Palácio do Planalto, foi alvo de busca e apreensão .
Fonte: Brasil 247
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