
Os advogados do general da reserva Walter Braga Netto solicitaram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma ampliação do prazo para responder à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito do chamado "Inquérito do Golpe". O pedido foi protocolado nesta terça-feira (26) e requer que o período para manifestação seja estendido de 15 para 30 dias.
Na última semana, Braga Netto e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que também solicitou a alteração do prazo de resposta, foram denunciados pela PGR por suposta participação em uma trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa do general argumenta que o prazo concedido inicialmente não é suficiente para a análise detalhada do material disponibilizado, que inclui cerca de 70 gigabytes de dados e aproximadamente 1.400 arquivos.
O advogado José Luiz de Oliveira, que representa Braga Netto, afirmou que ainda não teve acesso completo à delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, cuja colaboração embasou a denúncia da PGR. Segundo a defesa, sem acesso integral ao material, a elaboração da resposta se torna inviável. Além disso, os advogados requerem que a manifestação de Braga Netto ocorra apenas após a defesa de Mauro Cid ser apresentada.
A denúncia contra Braga Netto baseia-se nas investigações da Polícia Federal, que apontam o general como um dos principais articuladores do suposto plano golpista. Segundo os investigadores, ele teria atuado na tentativa de obstruir as apurações e buscado informações sigilosas sobre a delação de Mauro Cid. Em dezembro de 2023, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão do general, decisão fundamentada na suspeita de interferência nas investigações.
Após a detenção, a defesa do militar negou qualquer tentativa de obstrução da Justiça e reforçou que Braga Netto não participou de atos ilícitos. O pedido de ampliação do prazo aguarda agora decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Fonte: Agência Brasil