Foto: EVARISTO SA / AFP
Jair Bolsonaro
Teresina (18) - O ex-presidente Jair Bolsonaro foi ouvido, na tarde desta quarta-feira (18), na sede da Polícia Federal, em Brasília, no contexto de um inquérito que investiga a participação de empresários em um grupo de mensagens que defendia um golpe de Estado e uma ruptura democrática.
Segundo revelou o jornal O Globo, o ex-presidente optou por não responder às perguntas e apresentou seu depoimento por escrito. O inquérito, inserido na investigação sobre as milícias digitais, tem como objetivo analisar possíveis ataques às instituições democráticas.
A Polícia Federal encontrou, no celular de um dos empresários envolvidos, uma mensagem supostamente enviada por Bolsonaro, solicitando que textos com acusações contra o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, e contra a empresa de pesquisas DataFolha, fossem disseminados ao máximo. Bolsonaro confirmou ter enviado essa mensagem durante uma entrevista à Folha de São Paulo.
O inquérito foi prorrogado por dois meses pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes decidiu arquivar as investigações contra seis empresários, mas manteve o inquérito contra Meyer Nigri e Luciano Hang, ambos negando as acusações.
"Objetivo do inquérito foi calar e censurar o senhor Luciano Hang, que tinha 10 milhões de seguidores. As eleições foram conduzidas com parcialidade no ano passado", disse Bolsonaro.
A mensagem enviada por Bolsonaro foi encontrada em um relatório da Polícia Federal sobre as conversas do fundador da Tecnisa, Meyer Nigri. No final da mensagem, havia a instrução: "Repasse ao máximo", ao que Nigri respondeu, "Já repassei pra vários grupos!".
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