A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados aprofundou as divisões dentro da extrema-direita. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou parlamentares de seu partido de traição por não seguirem sua orientação de voto em Hugo Motta (Republicanos-PB) e, em vez disso, apoiarem Marcel Van Hattem (Novo-RS), que recebeu 33 votos. A declaração foi divulgada pelo jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles.
O episódio evidenciou um racha entre duas alas do bolsonarismo: uma mais ideológica e outra pragmática, que busca maior diálogo com o Centrão. Apesar da falta de viabilidade para uma candidatura própria, Bolsonaro optou por apoiar Motta na Câmara e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) no Senado.
O embate se intensificou nas redes sociais, onde o deputado Ricardo Salles (Novo-SP) defendeu os votos recebidos por Van Hattem, alegando que representavam princípios sólidos da direita liberal conservadora. Van Hattem, por sua vez, previu uma ascensão da bancada do Novo nas eleições de 2026, com possibilidade de concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu afirmando que o desempenho de Van Hattem só foi possível graças ao apoio de deputados do PL. Ele criticou parlamentares que se elegeram sob a influência do bolsonarismo, mas que agora divergem de suas diretrizes, acusando-os de buscar visibilidade para futuras disputas eleitorais.
Fonte: Brasil 247