Política

Baixas na equipe de Paulo Guedes preocupam mercado financeiro

“Do ponto de vista prático, o Bolsonaro tem que dar menos atenção para a agenda do mercado e mais para o eleitor”

Redação

Quarta - 12/08/2020 às 16:47



Foto: Divulgação Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro

Após o anúncio das demissões dos secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, nesta terça-feira, especialistas do setor econômico esperam uma forte tendência do governo retroceder certas expectativas do mercado. Está é a sétima demissão dentro da equipe econômica desde o ano passado. Segundo o ministro da economia Paulo Guedes, Uebel afirmou que como a reforma administrativa não estava sendo enviada, preferiria se retirar. O secretário Salim, por sua vez, estaria insatisfeito com o ritmo das privatizações, por isso optou sair do cargo. O mesmo era uma peça importante na equipe econômica, um entusiasta na área de privatização, a qual o mercado esperava pontuar. Sendo este acontecimento, um sinal de que existe um recuo por parte do governo para novas reformas. 

Para Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, é razoável pensar que parte da agenda liberal do governo foi trocada pela eleitoral. “A agenda mudou justamente porque é um governo, está integrado na política, e ninguém fica na política dissociado da sociedade que está inserido. Como ele perdeu muita base de apoio, eleitoral e popular, teve que deixar de ser um governo centrado naquela ideia de que quem recebia Bolsa Família era gente com preguiça de trabalhar. Agora, estão fazendo claramente a expansão do Bolsa Família para o Renda Brasil, que não só vai atingir uma quantidade maior de gente, como também aumentar o valor do benefício. Não adianta dizer que agora as coisas mudaram, isso é política. Do ponto de vista prático, o Bolsonaro tem que dar menos atenção para a agenda do mercado e mais para o eleitor”, explica. 

Por outro lado, o Economista-Chefe explica que essa decisão não é de todo um problema, já que o governo apenas se adequou a realidade do momento. “Uma coisa é um governante ficar em seu escritório elaborando um projeto de mudança de mundo, e outra é ele sair e pisar no chão para lidar com a sociedade no dia a dia. Temos mudanças na agenda do governo porque a realidade o conduziu a isso, e as saídas que vemos ao longo do caminho refletem esse fato. Não é novidade, estamos acompanhando isso desde março, desde a famigerada reunião ministerial, desde a saída do Mouro, o poder executivo vem sofrendo por isso. Ele está entre a cruz e a espada, ou faz alguns sinais para o mercado, como privatização, redução de impostos e gastos, ou começa a atender a imensa população brasileira que está sofrendo com a crise. Para o investidor, é precisar apenas analisar o impacto dessa decisão. Felizmente, o índice não está caindo, e mercado está se mostrando um lugar extremamente otimista por hora”, completa.

Sobre a Nova Futura Investimentos

Sócia-fundadora da BM&BOVESPA, a Nova Futura Investimentos, foi fundada em 1983, atua nos mercados de commodities, renda fixa, renda variável e seguros. Com presença nacional, a instituição financeira conta com 21 escritórios espalhados por diversas cidades do país. Ao longo de mais de três décadas de existência, se consolidou como uma das maiores e mais independentes casas de investimentos do Brasil.

Com tradição no mercado institucional, vem se tornando referência no varejo, oferecendo a mesma qualidade já ofertada ao mundo empresarial agora também para pessoas físicas. Em 2017, confirmando a tradição de excelência, a corretora recebeu o selo Nonresident Investor Broker, que reconhece a estrutura organizacional e tecnológica especializada na prospecção de clientes, prestação de serviços de atendimento consultivo assim como execução de ordens e distribuição de produtos da BM&FBovespa para investidores não residentes.

Fonte: Gueratto Press

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