O advogado preso preventivamente em Picos, nesta quinta-feira (11), suspeito de aplicar golpes de empréstimos consignados, teria feito dezenas de vítimas e causado um prejuízo de mais de R$ 230 mil, segundo informou o delegado Jônatas Brasil, da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri). A Polícia Civil do Piauí não revelou o nome do preso.
De acordo com o delegado, a prática criminosa tinha como alvo aposentados e pensionistas, em sua maioria idosos de baixa renda. “Uma pessoa procurava aposentados ou pensionistas que já haviam contratado algum empréstimo anteriormente e informava que um advogado estava entrando com ação na Justiça para reaver valores referentes a juros abusivos. Para convencer, dizia que o advogado era ‘desenrolado’ e resolveria em poucos dias, mas cobraria 50% do que ganhassem”, explicou o delegado.
Ainda segundo Jônatas Brasil, as vítimas eram levadas até o escritório do advogado, onde eram fotografadas. “Ele fazia selfies das vítimas, alegando que era um procedimento para o processo judicial. Na verdade, estava realizando o reconhecimento facial para autorizar um novo empréstimo em nome delas”, destacou.
Dois ou três dias depois, as vítimas eram chamadas novamente ao escritório, entregavam cartões e senhas ao advogado, que então ia ao banco e realizava saques ou transferências. Os empréstimos contratados variavam de R$ 1.388,31 a R$ 42.268,64.
"Atualmente, há 12 inquéritos policiais em andamento, com valores que somam R$ 235.761,77", informou o delegado. O advogado foi encaminhado para a Central de Flagrantes e aguarda audiência de custódia.
OAB questiona prisão
A presidente da OAB Subseção de Picos, Yana Moura, afirmou que o caso está sendo acompanhado de perto pela instituição e que todas as medidas necessárias serão adotadas. Já o procurador de prerrogativas, Roberto Pereira, informou que está sendo pleiteada uma audiência para garantir os direitos do advogado.
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