Moradores de Pedro II, a 206 km ao Norte de Teresina, foram surpreendidos com uma chuva de granizo nessa terça-feira (26), que atingiu a área urbana e rural da cidade. Além de Pedro II, a chuva de granizo também caiu em Paulistana, no Sul do Piauí, e foi acompanhada de ventos fortes que causaram grande destruição na cidade.
Segundo a climatologista Sara Cardoso, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) as chuvas de granizo ocorrem mais neste período e são comuns. Ela explica como o fenômeno acontece:
"Estamos passando por um processo de mudanças climáticas. Então eventos extremos serão cada vez mais comuns. É comum sim que nas chuvas de verão ocorram chuvas de granizo porque o sol está incidindo com mais significância no hemisfério sul. O verão começou no dia 22 de dezembro, e aí quando o sol está incidindo com mais significância naquele hemisfério, evapora água mais rápido, essa quantidade de água consegue subir mais alto por conta da temperatura que é elevada também na troposfera, nas camadas mais altas da troposfera, que é essa camada da atmosfera que está em contato com a superfície da terra. E aí como é um local frio, essa água se transforma em gelo, e aí dependendo do tamanho da pedrinha de gelo, a nuvem não suporta o peso e precipita em forma de chuva, chuva de granizo, e vem também com góticas de água, existe esse tipo de precipitação", explica.
A climatologista disse anda que o Piauí estava sob alerta amarelo para chuvas intensas no norte do estado. Ela relatou ainda que em Pedro II os ventos foram de 40km/h e em Paulistana chegaram a 60km/h.
"Havia um bloco de umidade bem considerável com potencial para chuvas e esse bloco de umidade ele foi empurrado por conta dessa rotação desse vórtice para dentro do Piauí. Como nós estávamos também com altas temperaturas, observamos a ocorrência de chuvas convectivas”.