![Estudantes almoçando na escola](https://piauihoje.com/uploads/imagens/large-image-d50af4e7c1-1738924615.jpeg)
O Ministério da Educação (MEC) publicou, nesta terça-feira (4), uma portaria que determina a redução de 15% da quantidade de produtos ultraprocessados nas merendas das escolas públicas de todo o Brasil. No Piauí, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) já segue essa diretriz, priorizando alimentos saudáveis e desestimulando o consumo de itens industrializados, ricos em aditivos químicos.
Com o apoio de nutricionistas, as merendeiras das escolas da rede estadual têm inovado nos cardápios, substituindo alimentos processados por opções nutritivas e saborosas. O popular cachorro-quente, por exemplo, foi reformulado: a salsicha e os molhos carregados de conservantes deram lugar a preparações mais saudáveis. Produtos como achocolatados e refrigerantes foram retirados da lista de compras, sendo substituídos por cacau em pó e alternativas naturais, como sucos frescos.
Essa mudança também favorece a agricultura familiar, com o uso de alimentos frescos e locais, como arroz, feijão, carneiro desossado e frutas típicas da região, como melancia e mamão. A nutricionista Ana Vitória Barros Salomão, da 21ª Gerência Regional de Educação (GRE), ressalta a importância de ouvir os alunos para garantir a aceitação das refeições. “Muitos repetem o prato, o que indica que estamos no caminho certo”, afirma.
A estudante Letícia de Fátima de Sousa Magalhães, do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Modestina Bezerra, em Teresina, confirma a qualidade das refeições. “A comida da escola é boa. Sempre temos arroz, creme de galinha, macarrão e salada, o que ajuda nos estudos”, disse.
Em 2024, a Seduc investiu mais de R$ 137 milhões na aquisição de alimentos para a rede estadual, com recursos estaduais e federais. Com a implementação do modelo de Educação em Tempo Integral em todas as escolas públicas estaduais, os alunos passam a receber três refeições diárias, garantindo mais nutrição e melhor desempenho acadêmico, além de apoiar a produção local de pequenos agricultores.
O secretário de Educação, Washington Bandeira, destacou a relevância da alimentação escolar no processo de aprendizagem. “A parceria com a Secretaria de Agricultura Familiar está melhorando a qualidade da alimentação nas escolas e impulsionando a agricultura familiar. Em 2024, o governo estadual investiu mais de R$ 17 milhões na compra de produtos locais, superando a exigência de 30% do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)”, afirmou.
Além de beneficiar a saúde dos alunos, a compra de alimentos de pequenos produtores fortalece a economia local. Raimundo Nonato Neto, presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Povoado Ave Verde, em Teresina, destacou a importância dessa iniciativa para os produtores. “Cada produtor pode ganhar mais de um salário-mínimo por mês, o que é essencial para nossa permanência no campo e valorização do nosso trabalho”, concluiu.
Fonte: Com informações de CCOM-PI