
O governo dos Estados Unidos instituiu uma tarifa de 50% sobre diversos produtos importados do Brasil, medida que passou a valer a partir de 6 de agosto de 2025. A decisão, assinada pelo ex-presidente Donald Trump, afeta cerca de 3,8 mil itens, enquanto quase 700 foram excluídos da sobretaxa. A lista de isenções inclui setores como suco de laranja e fabricação de aeronaves.
A imposição da tarifa pode provocar impacto direto no mercado americano, incluindo o aumento do preço para o consumidor final. Diante da medida, os EUA podem tentar ampliar a produção interna ou buscar fornecedores alternativos para suprir a demanda, mas caso essas alternativas não sejam suficientes, a menor oferta pode elevar os preços.
Entre os produtos brasileiros mais afetados e relevantes para o mercado americano estão o café, do qual o Brasil é o maior fornecedor, respondendo por cerca de um terço das importações americanas. Embora a Colômbia e o Vietnã sejam outros importantes produtores, ambos apresentam menor capacidade para suprir aumento na demanda.
Outros alimentos como manga, goiaba e açúcar orgânico também podem sofrer impacto nos preços. O Brasil é um dos principais fornecedores desses produtos para os Estados Unidos. No caso do açúcar orgânico, o país é responsável por quase metade das importações americanas.
A tarifa de 50% também atinge o setor de carne bovina, em que o Brasil é o maior exportador mundial e segundo maior fornecedor para os EUA, atrás apenas da China. A expectativa é que os preços da carne subam diante da restrição à importação.
O impacto deve se estender a produtos como chocolate, cuja matéria-prima, a manteiga de cacau, é parcialmente fornecida pelo Brasil, e ao setor automotivo, que pode ser afetado pela alta nos preços de metais exportados pelo país, como o aço e o nióbio. Ambos já sofreram tarifas anteriormente impostas pelo governo americano.
Uma pesquisa do The Budget Lab, da Universidade de Yale, estimou que as tarifas podem aumentar a inflação nos Estados Unidos em até 1,8% no curto prazo, o que pode representar uma perda média de US$ 2.400 por domicílio em 2025.
A medida busca incentivar a produção americana, especialmente nos setores siderúrgico e metalúrgico, alinhada ao slogan "Make America Great Again" promovido por Trump. Contudo, especialistas alertam para os efeitos colaterais no aumento de preços para diversos produtos consumidos pelos americanos.
Fonte: G1