O Partido Democrata desembarca em Chicago com um novo ânimo, repleto de uma mudança drástica na perspectiva da campanha, que há três semanas parecia condenada a uma derrota iminente. Informou a jornalista Sandra Cohen no G1 que a chapa democrata encontrou um novo fôlego com Kamala Harris e Tim Walz, revertendo a maré contra seus adversários republicanos. O partido inicia sua convenção nacional impulsionado por pesquisas que agora mostram uma vantagem similar àquela que os republicanos tinham em julho, durante sua convenção em Milwaukee.
A ascensão de Kamala Harris é um dos destaques desta campanha eleitoral. No mês passado, a vitória de Donald Trump nas eleições de novembro parecia inevitável, devido ao desânimo e às divisões internas no partido democrata, liderado por Joe Biden. No entanto, a dinâmica mudou, e o presidente americano, que inicialmente deveria encerrar a convenção, será o principal orador da noite de abertura para defender seu legado. Kamala Harris se prepara para subir ao palco na quinta-feira com uma vantagem de 2 pontos na pesquisa nacional do New York Times/Siena e de 4 pontos na do Washington Post-ABC-Ipsos. Ela está se mostrando competitiva em estados cruciais da chamada “parede azul” — Wisconsin, Pensilvânia e Michigan — que Trump busca recuperar.
Enquanto isso, o ex-presidente Donald Trump parece perdido em sua tentativa de descreditar Kamala Harris, atacando-a com termos como radical, lunática e comunista. Essa abordagem tem se mostrado ineficaz. Republicanos moderados, como o senador Lindsey Graham e a ex-governadora Nikki Haley, alertaram que a estratégia provocativa de Trump pode acabar prejudicando sua campanha.
“A campanha não vai vencer falando sobre o tamanho da multidão. Não vai vencer falando sobre a raça de Kamala Harris. Esta é uma eleição vencível. Mas ele precisa se concentrar em temas concretos,” ponderou Haley, que foi adversária de Trump nas primárias republicanas.
Diferente da convenção republicana, que se unificou em torno do ataque sofrido por Trump, a convenção democrata começa sob a sombra dos protestos pró-palestinos, um dos pontos de tensão entre o governo e seus apoiadores. Manifestantes estarão presentes em Chicago para expressar sua insatisfação com o apoio dos EUA a Israel.
Este é apenas um dos desafios que Kamala Harris enfrenta enquanto busca consolidar sua imagem e se distinguir de Biden para traçar seu próprio caminho rumo à Casa Branca. Com 11 semanas restantes até o dia da eleição, a volatilidade da corrida eleitoral promete novas surpresas. O novo ímpeto dos democratas reabriu oportunidades para Harris, mas a disputa continua acirrada, o país está profundamente polarizado e debates entre candidatos estão à vista.
Fonte: G1
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