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CONDENAÇÃO

Superior Tribunal Militar reduz penas de militares que mataram músico com 257 tiros

Condenações caem para até 3 anos de prisão em regime aberto

Da Redação

Quinta - 19/12/2024 às 08:20



Foto: Reprodução/Montagem/Redes sociais Evaldo Rosa dos Santos e Luciano Macedo, assassinados por militares do Exército
Evaldo Rosa dos Santos e Luciano Macedo, assassinados por militares do Exército

As penas dos oito militares do Exército responsáveis pelo assassinato do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador Luciano Macedo, alvejados com 257 tiros no Rio de Janeiro em abril de 2019, foram drasticamente reduzidas nesta quarta-feira (18) pelo Superior Tribunal Militar (STM). As condenações, que variavam entre 28 e 31 anos de prisão, foram diminuídas para até 3 anos, com os réus respondendo por homicídio culposo (sem intenção de matar) e tentativa de homicídio.  

O 2º tenente Ítalo da Silva Nunes, que liderava a operação, teve a pena fixada em 3 anos e 7 meses de detenção em regime aberto. Os outros sete militares receberam condenações de 3 anos cada. A decisão atendeu a um recurso da defesa, que contestava o julgamento anterior, realizado em 2021, na primeira instância da Justiça Militar, quando os réus foram condenados por homicídio qualificado.  

Evaldo Rosa, que estava acompanhado da família, teve seu veículo confundido com o carro de assaltantes pelos militares, que abriram fogo indiscriminadamente. O catador Luciano Macedo, que tentou socorrer a família, também foi atingido e morreu dias depois.  

A viúva de Evaldo, Luciana dos Santos Nogueira, expressou sua indignação com o resultado do julgamento, que acompanhou junto com o filho do casal, Davi, de 12 anos. "É uma decisão horrível, lamentável, triste. No país em que vivemos, sabemos que não existe justiça, principalmente para pobre e preto”, desabafou Luciana.  

Emocionada, a viúva disse que ainda avaliará com seus advogados a possibilidade de recorrer, mas afirmou estar cansada do processo judicial. “Por mim, pararia por aqui. Não confio, porque a Justiça é muito falha. Reviver tudo isso faz muito mal pra mim, pra minha família e pro meu filho. É como voltar ao início de tudo o que vivi seis anos atrás”, declarou.  

Fonte: Diário do Centro do Mundo

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