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Revoltados com acidentes, moradores de Macapá cortam estrada em Luís Correia

Estrada vai continuar cortada até que as reivindicações sejam atendidas, dizem líderes do protesto

Por Luiz Brandão

Sexta - 11/09/2020 às 06:01



Foto: Luiz Brandão Moradores de Macapá cortaram a estrada com picaretas
Moradores de Macapá cortaram a estrada com picaretas

Revoltados com os constantes acidentes e mortes de vizinhos, parentes e amigos, moradores do povoado Macapá, em Luís Correia, cortaram o asfalto em quatro pontos da estrada que dá acesso à localidade e suas praias para forçar a prefeitura do município a atender uma reivindicação antiga da população: a construção de quebra-molas.

O protesto começou por voltas das 19 horas desta quinta-feira (19) e foram motivados pela morte do pedreiro Francisco da Chagas Chaves Galeno, de 44 anos, ocorrida no início da tarde, em função de um acidente envolvendo um carro e a moto em que ele andava.

Os líderes do protesto disseram que o pedido para construção de quebra-molas naquela rodovia é uma reivindicação antiga dos moradores e que até hoje não foi atendida. "Pode ser que assim eles resolvam o problema, porque não vamos parar enquanto a reivindicação não for atendida", disse um deles.

A ação dos moradores chegou ao conhecimento da Polícia Militar e do prefeito de Luis Correia, Kim do Caranguejo, logo após a estrada ser cortada. A PM quer evitar novos protestos e violência no lugar. O prefeito teria designado representante para cuidar do caso.

Chagas Galeno e a esposa: casal tinha um bebê Como foi o acidente 

O operário retornava para o trabalho quando foi atingido violentamente por automóvel Volkswagen, modelo Golfe, palca PIJ-0274, de Parnaíba. O carro era dirigido pelo jovem Marco Aurélio Júnior, de 20 anos, filho de um conhecido médico perito e cirurgião de Parnaíba. Ele estava com três amigos e ia praticar katesurf na praia de Macapá.

Chagas, como era conhecido o operário morava no povoado Macapá, era casado tinha dois filhos, um recém nascido. Ele foi atropelado há cerca de 200 metros da casa dele, onde vivia com a família.

O carro caiu num grotão. O motorista perdeu o controle e foi parar a mais de 50 metros do local da batida 

Segundo relatos se testemunhas, o jovem Marco Aurélio dirigia seu veículo alta velocidade. Ele estava em mais de 120 quilômetros por hora.

"A batida foi tão forte que jogou o Chagas e moto a quase vinte metros. O carro caiu num barranco e foi parar a quase 40 metros do lugar onde a moto parou ", disse Eduardo Galeno, sobrinho do operário morto.

A informação bate com os dados contidos no relatório dos policiais militares que foram ao local do acidente. O tenente Sales era o comandante da patrulha que fez a perícia e  encaminhou Marco Aurélio Júnior para a Delegacia de Luis Correia.

De acordo com os polícias, Chagas Galeno chegou a ser socorrido por uma ambulância do Serviço Médico de Urgência - SAMU,  mas a caminho do hospital a ambulância quebrou.

Outra equipe do SAMU foi acionada. Algumas "manobras" de emergência, como massagem cardíaca, foram feitas, mas ele morreu entre as duas ambulância, já na cidade de Luís Correia, a 15 quilômetros do local do acidente.

Familiares foram os primeiros a chegar no local do acidente para socorrer a vítima. Foram eles também que evitaram o linchamento dos jovens que andavam no Golf.

O motorista Marco Aurélio Júnior tinha carteira de habilitação provisória. Ele foi levado para a delegacia que funciona no Quartel da Ciptran, em Luis Correia,  acompanhado pelo pai.

Veja o vídeo:

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