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Pesquisa da UFPI projeta situação crítica de 31 mortes por dia pela Covid-19 no Piauí

Sobre as projeções, o professor destaca que, em condições atuais, no ritmo lento de cobertura vacinal e sem medidas restritivas adicionais, o Piauí poderá atingir 4.763 óbitos em 21 de junho

Cintia Lucas

Terça - 02/03/2021 às 16:58



Foto: Divulgação/Agência Brasil UTIs lotadas
UTIs lotadas

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) divulgou nesta terça-feira, 2, nota técnica referente ao Plano de Ação Interinstitucional de Enfrentamento à Covid-19. Segundo o coordenador do Plano de Ação, professor-doutor, Emídio Matos, os dados indicam um momento crítico da pandemia da Covid-19 no Brasil e no Estado do Piauí, com reduzida capacidade de testagem (RT-PCR e antígeno), possível aumento no número de subnotificações de casos, redução da capacidade do sistema hospitalar de saúde e com projeções para os próximos meses que implicam urgência na tomada de medidas que reduzam efetivamente a transmissão do vírus.

Sobre as projeções, o professor destaca que, em condições atuais, no ritmo lento de cobertura vacinal e sem medidas restritivas adicionais, o Piauí poderá atingir 4.763 óbitos em 1º de junho, com um pico de 23,29 mortes diárias em 14 de maio. Em um cenário mais dramático, o número de mortes pode chegar a 31 por dia, em junho e cinco mil mortes no total. O cenário mais favorável projeta 7,8 mortes diárias em junho. O professor destaca ainda que novas variantes do vírus podem estar em circulação no Piauí.

“O cenário atual é de pouco isolamento social, ritmo lento de vacinação e pouco uso de máscara de forma correta. O cenário positivo seria de mais vacinação e isolamento e 95% das pessoas usando a máscara de maneira correta. Para maio, a projeção é de picos de 23 mortes no dia 14, se as condições continuarem do jeito que estão”, ressalta o professor.

Em pesquisa no domingo, 28, junto às secretarias de saúde do Brasil, constatou-se que somente três Estados estão com a capacidade de leitos clínicos e de UTIs abaixo de 70%, o que significa que, se o ritmo continuar desta forma, não haverá mais como transferir pacientes de um Estado para o outro, pois todos estarão em colapso.

“O que percebemos hoje é que após a primeira semana de fevereiro, a taxa de hospitalização tem sido maior que a taxa média de casos. Isso demonstra que há uma subnotificação, ou seja, as pessoas estão adoecendo, mas os casos não são notificados. O sistema de saúde no interior é ineficiente”, afirma o professor Emídio.

Confira a pesquisa na íntegra.

Nota técnica_RegiõesSaúde_2021.02.28.pdf


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Cintia Lucas

Cintia Lucas

Cintia Lucas é jornalista formada pela Universidade Federal do Piauí e mestra em Comunicação pela mesma instituição. A coluna vai abordar os bastidores da notícia, com foco em temas de interesse público. Contato: cintialuc1@hotmail.com

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