O médico e professor da USP, Júlio Navarro, pai de Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante de Medicina morto por um policial militar em São Paulo, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo ajuda para que os responsáveis pela morte de seu filho sejam punidos e para que ações sejam tomadas contra a violência policial no estado.
Marco Aurélio, de 22 anos, foi morto com um tiro disparado pelo policial militar Guilherme Augusto Macedo, durante uma abordagem na escadaria de um hotel na Rua Cubatão, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, em novembro deste ano. Segundo a versão da polícia, Acosta teria dado um tapa no retrovisor da viatura e fugido, sendo seguido pelos policiais. Guilherme Macedo foi indiciado por homicídio doloso e o PM Bruno Carvalho do Prado foi afastado até o término das investigações.
Na carta enviada a Lula, Júlio Navarro faz duras críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), acusando-o de agir com crueldade e de demorar a punir os responsáveis pela morte de seu filho. O pai de Marco Aurélio descreve o assassinato como um ato “cruel e covarde” cometido pelo Estado e questiona a postura do governador, que minimizou a situação em declarações públicas e desafiou a opinião da ONU sobre o uso excessivo da força policial.
Navarro também critica a atitude de Tarcísio de Freitas ao demonstrar desinteresse pelas famílias das vítimas, afirmando que o governador parece “não estar nem aí”, o que, segundo ele, incentiva ainda mais a violência policial contra a população. Em um apelo ao presidente Lula, o médico afirma que a única esperança para aliviar a dor de sua família e de outras vítimas da violência policial é o chefe do Executivo federal, ressaltando a necessidade de um compromisso para evitar mais tragédias. "Apelo ao Sr. Presidente, minha última esperança para aliviar a dor da minha família, de outras mais e poder amanhã salvar nossos próprios filhos", escreveu.
Fonte: Brasil 247