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LUTO

Morre Lair Guerra, piauiense indicada ao Prêmio Nobel pela luta contra a Aids

Lair Guerra morreu aos 80 anos em um hospital de Brasília

Da Redação

Quarta - 13/03/2024 às 09:09



Foto: Reprodução Lair Guerra passou a usar cadeira de rodas após o acidente que sofreu em 1986
Lair Guerra passou a usar cadeira de rodas após o acidente que sofreu em 1986

Morreu na manhã desta quarta-feira (13), em um hospital em Brasília, a biomédica piauiense Lair Guerra de Macedo, aos 80 anos. Ela foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz pelo trabalho pioneiro realizado no combate a Aids

Desde janeiro deste ano, Lair Guerra estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Luzia, em Brasília. Ela recebeu o diagnostico de pneumonia e teve uma piora em seu quadro médico, o que evoluiu para o óbito.

Lair Guerra foi uma das pessoas mais importantes do mundo na luta contra a Aids. Em 1986, ela criou o Programa Nacional de Controle e Combate a Aids do Ministério da Saúde. Já em 1996, a biomédica sofreu um acidente de trânsito em Pernambuco enquanto estava a serviço do governo. Ela ficou dois meses em coma, teve alta e desde então sofria as sequelas do acidente. Ela passou a viver em uma cadeira de rodas. 

Lair Guerra nasceu em 28 de março de 1943 no município de Curimatá, a 775 km de Teresina. Ela casou-se em 1962 e teve cinco filhos. Cursou Ciências Biomédicas na Universidade de Pernambuco e em 1977 começou a lecionar Microbiologia na Universidade do Piauí e a administrar o laboratório da universidade. Em seguida, tendo obtido bolsa da Organização Pan-americana de Saúde, deslocou para a cidade de Atlanta, na Geórgia (EUA), com a família. 

Em Atlanta atuou como pesquisadora visitante na área de doenças sexualmente transmissíveis no Center for Disease Control (Centro de Controle de Doenças). Paralelamente, cursou o mestrado em Microbiologia na Georgia State University, enquanto acompanhava no CDC as primeiras pesquisas sobre o vírus HIV.

Depois de seis anos na Georgia, regressou ao Brasil, onde passou a atuar inicialmente como professora na Universidade de Brasília. Foi convidada a iniciar o programa brasileiro de DST/aids em 1986. Atuou como diretora desse programa por 10 anos, tendo trabalhado com 10 ministros. Nesse período, conseguiu recursos do Banco Mundial, com os quais qualificou e treinou muitos profissionais para o combate às DST/aids.

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