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DOENÇA RARA

Brasileira de 27 anos quer fazer eutanásia para acabar com "a pior dor do mundo"

Diagnosticada com uma doença rara, chamada Neuragia do trigêmio, Caroline Arruda lida com dores lancinantes na cabeça

Da Redação

Quinta - 04/07/2024 às 14:00



Foto: Redes sociais Carolina Arruda Leite, de 27 anos tem neuragia do trigêmio desde os 16 anos
Carolina Arruda Leite, de 27 anos tem neuragia do trigêmio desde os 16 anos

A mineira Carolina Arruda Leite, de 27 anos, fez uma vaquinha online para arrecadar dinheiro para uma eutanásia na Suíça. Caroline tem uma doença rara, a neuragia do trigêmio, causadora de dores intensas, sendo inclusive chamada por médicos como "a pior dor do mundo". Caroline mora em Bambuí, Minas Gerais com o esposo e filha de 10 anos e usa as redes sociais para comentar como é a vida convicendo com a doença. Ela também já chegou a compartilhar os momentos de crises, em que geme ou desmaia de dores.

Com menos de 150 mil pessoas diagnosticadas no Brasil, a neuragia do trigêmio é uma condição rara, em que há a compressão de um vaso sanguíneo sobre as raízes do nervo trigêmeo, afetando o oftálmico, o mandibular e o maxilar, provocando dores no rosto ou na cabeça. No caso de Caroline, a neuragia é causada por um conflito vascular no cérebro e causa dores dos dois lados do rosto.

Os primeiros sintomas da neuragia do trigêmio surgiram quando ela estava grávida, aos 16 anos de idade. Nessa época as dores demoravam a aparecer. "Eram a cada dois meses ou uma vez por mês. Hoje em dia eu sinto todos dias. É uma doença incapacitante. Eu fico completamente inútil. Tenho que ir pro hospital diversas vezes por mês", conta.

Para lidar com a condição e conseguir realizar seus afazeres, Caroline faz uso de vários medicamentos fortes, como morfina e fentanil. Ainda assim não são suficientes para parar as crises. É uma dor muito difícil de lidar, que não passa com medicamento por mais que tente. Ela pode diminuir por algumas horas, mas não passa com medicamento.

Cirurgias

O tratamento inclui medicamentos, injeções e cirurgia. Somente cirurgias, Caroline fez quatro, duas de cada lado de rosto, e mesmo assim o sofrimento persiste. Por conta de um efeito colateral, o lado esquerdo teve sequelas e acabou ficando completamente dormente, razão pela qual ela não sente dores.

"Eu não sinto nada. Minha boca é até um pouco torta, minha fala é prejudicada. Passou um pouco do que deveria de matar o nervo", explica.

Eutanásia

Em razão da angústia de lidar com a condição e sob a pressão de se sentir insuficiente, Carol optou por fazer eutanásia, que é o ato de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o sofrimento causado por uma doença incurável geralmente feita por profissional de saúde. Como não existe no Brasil lei que autorize a eutanásia, Carol faria o procedimento na Suíça. E para isso abriu uma vaquinha online para conseguir o dinheiro suficiente de arcar com os custos. Segundo ela, o marido e a filha entendem a situação e estão de acordo com a decisão de Carol.

"Eu sei que minha filha e meu marido sofreriam bastante se eu fizesse a eutanásia, mas a realidade é que esse sofrimento passa. Minha filha e meu marido tem plena consciência de como é conviver com a dor. Eu acredito que quando você ama alguém você não quer vê essa pessoa com dor", desabafou.

Crises

Em dias de crise, Carol geme de dores, mesmo depois de tomar os medicamentos. Confira o vídeo abaixo:

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